Um Outono Qualquer
Era uma tardizinha de um outono qualquer e as folhas secas caiam ao chão e roubavam toda a exuberância daquele parque onde todos iam para respirar o ar puro e agora parecia que não tinha mais vida, mas o que poucos sabem é que a elegância se aproximava e tudo voltaria mais bonito e com a pressa do dia a dia elas esqueceram deste detalhe tão importante.
Anelise caminhava naquele jardim nu e com seus sapatos de salto alto e sua saia justa e sua jaqueta azul turquesa olhava para os lados procurando Mateus e já era 17 horas e eles tinham marcado o encontro para as 16:30 hrs, ela ligava para ele mas só dava fora de área ou desligado. Com a preocupação estampada na cara ela sentou no banco e ansiosa por noticias e começou a folhear um livro que tinha na bolsa.
“ As estações mudam e ainda estou aqui, tudo ficou diferente mas eu ainda lembro que cega acreditei em suas palavras sem saber que eram mentira e que tão rápido teve um fim. Mas eu ainda sinto algo queimando dentro de mim porque quando penso em alguém só você que aparece na minha mente.” Ela fecha o livro e olha o titulo : Recordações de um amor , Mileide Fernandes uma garota que resolveu escrever sobre as suas desilusões amorosas.
“Corajosa.” Pensa em voltar a leitura que a envolveu, pouco a pouco ela começa a se identificar com as historias da autora e ri das situações embaraçosas pelas quais se assemelhavam com a historia do livro, ela adianta as paginas e ler o ultimo capitulo e se decepcionou com o final. “Ainda que as horas não passassem e que as lembranças se apagassem de mim eu ainda ficaria sentada aqui esperando ele voltar. Percebo que é tarde e que não haverá um retorno e que é apenas uma perda de tempo continuar fantasiado coisas que nunca vão acontecer porque elas simplesmente não devem. Ainda estou aqui.” Ela fecha o livro. – não vale a pena ler isto, não acredito que ela passou por tanta coisa e ainda se deu mal, que final deplorável. – disse abrindo a ultima folha do capitulo. Algo estava errado tinha mais uma folha com mais frase “achou mesmo que eu fiquei ali? Achou mesmo que eu não tinha amor próprio? Estão enganados, eu derramei a ultima lagrima e continuei de pé. Se encontrarei um novo amor? Não sei, a vida é cheias de mistérios mas aprendi muito. E você? Está ainda esperando por alguém? Porque não se levante e procure?”
Ela rio alto e ficou contente por ter tido a curiosidade de ler a biografia do autor mais depois desse ultimo recado ela se contentou em saber que elas eram parecidas e que teriam a mesma atitude.
-sorte Mileide, pra nós duas.- disse levando e andando com o livro na mão e lembrou que uma colega a emprestou fazia uma semana e como era preguiçosa pra ler jogou na bolsa e o deixou esquecido e assim como sua amiga disse o livro foi de ótima serventia.
Era 20 horas e ela ainda andava pelas ruas da cidade de Vale das Flores e seu celular tocou e apressada tentou achá-lo antes da pessoa desistir e enfim encontrou mas tinha sido uma mensagem do ama Mateus pedindo desculpa e dizendo que eles não poderiam mais se ver, ela apenas riu e não quis mandar uma resposta.
Ela, na entrada do cinema, esbarrou num rapaz que não era nada mal. Ele a convidou para assistir um filme de comedia e ela topou, resultado: hoje ela estar super bem e embora não esteja com Mateus e nem com o rapaz que conheceu no cinema se sente plena e contente com o que se tornou, uma mulher melhor que segue em buscar de amor e paz e que nada a assombra agora porque, assim como Mileide, ela quer apenas achar seu destino.