CAMINHANDO...VIVENDO.
Vamos caminhando, todos, entre alegrias e tristezas.
Uns mais visitados por alegrias, púlpito da felicidade onde eclodem discursos do zelo em perfilar com a certeza da tentativa de ser melhor, agradecendo as benesses da vida.
Outros esvaziados pela saga do destino, alguns desde o nascimento, marcados pelo tom dos murmúrios com sequelas das quais não se afastam, e que a vida lamenta.
O lamento passa vivo na rua e na esperança dos lugares santificados, e podemos agradecer por sermos abençoados pela dádiva da natureza, diante do sofrimento.
Desliza o TGV (trem de grande velocidade) como uma seda sobre os trilhos de aço. Flutua. Fui a Dijon algumas vezes nessa maravilha do transporte. Nele levava meu pai já falecido junto ao meu coração, um amante de trens.
Os campos que o inigualável Van Gogh pintou desfilam diante de meus olhos, vistos mais à distância, face à formidável velocidade desenvolvida pelo “Train Grand Vitesse”, como uma pista ao lado da decolagem do avião, que passa sem que os olhos possam distinguir.
O céu abraça o infinito no horizonte entre as cores da alfazema plantadas em desmedidas proporções. As enormes janelas permitem a visita dessas vastidões.
Comunidades singelas serpenteiam o caminho, locais onde o sonho da tranquilidade parece habitar e a calma incorpora a cidadania. Outro mundo, longe do mundo urbano onde a necessidade da sobrevivência massacra e mata.
Os coquelicots trazem ufanismo para a festa dos olhos, os toques de vermelho mesclados ao verde, que os impressionistas viveram com mágica em deleite ótico para suas telas.
O gigante de aço em sua leveza para na cidade da esperança onde a dor dos doentes traz um sorriso nos rostos, onde a fé expulsa a tristeza e o sofrimento se cala.
Engraçado, em Lourdes, onde a Imaculada Conceição fez surgir a fonte da esperança, para onde acorrem os necessitados de curas, NÃO HÁ TRISTEZA.... É IMPRESSIONTE , MAS VERDADEIRO. HÁ UMA FESTA PERMANENTE, VISÍVEL NA FISIONOMIA DE TODOS, UMA ALEGRIA CONTAGIANTE, É SEM DÚVIDA UM LUGAR SAGRADO.