Estreia "A Fazenda dos Bispos"
Esta semana, a Rede Record de Televisão estreará a nova edição do Reality Show "A Fazenda".
Como nos demais programas do gênero, teremos à nossa disposição o famoso "feijão-com-arroz", onde um certo número de pessoas ficam confinadas em determinado local, sem contato com o mundo exterior.
Por mais de uma dezena de vezes, nossos olhos poderão contemplar uma leva de saradões e gostosonas, exibindo suas curvas e seios siliconados. Seus corpos, cujas partes sexuais parcialmente cobertas por sungas apertadas e biquinis pra lá de provocantes.
O que isso leva a nossa discussão? Bem, até que ponto a briga pelo ibope pode "enlixar" nosso portal televisivo? A emissora dos bispos se rendeu às promiscuidades da carne em nome de uma briga minuto a minuto com a toda poderosa emissora do Jardim Botânico, no Rio, que também não fica atrás com seus "Brothers" e "Sisters", e de ambos, talvez a grande diferença esteja apenas no endereço, da nossa TV e da residência, capital e interior.
É lamentável a qualidade que nosso portal do entretenimento tem vivido nos últimos anos. É bem verdade que toda a programação exibida é resultado daquilo que muitas pessoas querem ver. Em várias entrevistas de rua, alguns dos entrevistados confessam que adoram ver famosos e anônimos (por favor, precisam ser bonitos e sarados) desfilando seus dotes e participando de barracos, que mais parecem encenações de quinta categoria.
A população de um país de tamanha grandiosidade cultural, como é o Brasil parece estar fora de sintonia, acerca dos reais valores ligados a formação intelectual, família e sociedade quando se senta para ver os Reality Shows ensaiados. O resultado esperado por seus idealizadores não está ligado a nenhum dos valores acima mencionados. Estão sim, ligados aos lucros obtidos por uma infinidade de ligações telefônicas nos dias de "paredões e roças", os quais lhes rendem muitos milhões.
O que se diferencia o tráfico de drogas desses programas? Ambos corrompem a mente e o corpo de seus usuários, sem se preocupar com suas idades ou futuro, nesse caso incerto. São piores que o próprio lixo, o qual pode ser reciclado e continuar a servir a população, sem destruir a natureza.
Se pudesse endagar ao bispo dono da emissora em questão, o que perguntaria? Em suas igrejas universais os fiéis são instruídos a assistir as "gostosas e os sarados" de plantão? Como o senhor se sente ao deitar em sua cama, sabendo que os dízimos, fogueiras santas e ofertas desse povo humilde ajudam a pagar os biquinis e edredons de seus peões? Ou ainda, quanto você paga para que seus próprios jornalistas anunciem, em horário nobre tal baixaria e ainda promovam críticas ao lixo produzido pelos "Brothers", seus visinhos, que tanta sujidade produzem há décadas e que sua emissora da Barra Funda tenta insistentemente imitar?