UM CASO SOMBRIO QUE ESCONDE ESCÂNDALOS

UM CASO SOMBRIO QUE ESCONDE ESCÂNDALOS

“Muitas pessoas são ilógicas, desconcertantes, egocêntricas. Assim mesmo, dê a elas um voto de confiança. Praticando o bem, haverá quem acuse você de interesses ocultos, egoístas. Assim mesmo, plante bondade. Se você obtém êxito, ganhará falsos amigos e verdadeiros amigos. Assim mesmo, triunfe!”. (Jorge Luiz Brand).

O caso Carlinhos Cachoeira parece ser mais escabroso do que o famigerado mensalão. Os desmandos administrativos surgem todos os dias e não finda, parece até um olho d’água totalmente perene. Brasília se transformou no paraíso fiscal brasileiro. O ex-presidente Lula propôs a Gilmar Mendes adiar o julgamento do mensalão e ofereceu em troca ‘proteção’ na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Os estudiosos políticos sabem que o ex-presidente tem seus podres e fedem iguais as carniças que se encontram na capital da República.

Agora temos no front dos acontecimentos deletérios, Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, ainda prestigiado na vida política nacional, acoberta o silêncio de um contraventor perante os holofotes de uma CPI. Márcio Thomaz Bastos, que tem influência sobre parlamentares, partidos e tribunais, joga sua força no caso Cachoeira e levanta polêmica sobre seu modo se atuar. O contraventor e o ex-ministro impávido, Thomaz Bastos permaneceu ao lado de Carlinhos Cachoeira durante toda a sessão da CPI. Thomaz Bastos foi quem montou toda a estratégia da defesa do ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, no caso Francenildo.

Ele diz que nunca fez tráfico de influência. Imaginem se fizesse. A estratégia de manter Cachoeira - calado foi sua. O direito de não produzir provas contra si mesmo é um dos mais altos valores da Constituição. Ele foi reafirmado neste caso concreto pelo ministro Celso de Mello, com todas as letras, na liminar que ele nos negou. Não é de hoje que Thomaz Bastos se vê envolvido em casos rumorosos. Ficou famoso seu auxílio, ainda como ministro, na defesa do então ministro da fazenda Antônio Palocci - no escândalo da violação do sigilo do caseiro Francenildo, como citamos anteriormente.

Será que a defesa de corruptos e contraventores torna qualquer membro da justiça famoso? Qual a bonança que proporciona a um defensor ser protetor de corruptos. Pelo andar da carruagem a tempestade criada com o caso Cachoeira, esconde autoridades que ocupam lugar de destaque na política brasileira, é isso que o caso deixa transparecer. Segundo Josias de Souza, numa cidade como Brasília, o segredo é impossível.

A autoridade tem um assessor, o assessor tem um amigo íntimo, o amigo íntimo do assessor tem um amigo íntimo, o amigo íntimo do amigo íntimo do assessor tem uma amante, a amante do amigo íntimo do amigo íntimo do assessor é casada com outra autoridade, que tem um assessor [...]. “Depois de exercer a Presidência por oito anos, Lula conhece como poucos as mumunhas do funcionamento da Capital. A despeito disso, permitiu-se travar com o ministro Gilmar Mendes, do STF, um diálogo esquisito. A conversa ocorreu em 26 de abril, no escritório de Nelson Jobim, ex-ministro de Lula e amigo íntimo de Gilmar. O teor do diálogo ganhou as páginas de Veja”. (Grifo nosso).

Continua Josias de Souza em suas afirmações: “Diz à notícia que Lula foi a Gilmar para tentar adiar o julgamento do mensalão. Em troca, ofereceu-lhe blindagem na CPI do - Cachoeira. Por que o ministro precisaria de escudo? Corre nos subterrâneos do Congresso que Gilmar teria viajado à Alemanha na companhia de um amigo íntimo: Demóstenes Torres. A dupla teria voado em avião provido por Carlinhos Cachoeira, amigo íntimo do amigo íntimo de Gilmar”. “Fontes: Revista Veja e Isto É”. Gilmar confirma o encontro com Lula. Corrobora também o conteúdo da conversa. “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse. Admite que realmente esteve com Demóstenes em Berlim.

Mas declara que pagou suas despesas e tem como demonstrar. Na sua versão, o ministro disse a Lula que ele poderia “ir fundo na CPI.” Será que pagou mesmo? As afirmações do jornalista são de um teor gravíssimo é mercê apuração. Lula manifestou o desejo de empurrar o julgamento do mensalão para depois das eleições municipais de outubro. Chegou mesmo a dizer, conforme a reportagem de Veja, que “o Zé Dirceu está desesperado”.

José Dirceu, amigo íntimo de Lula e um dos 38 réus do mensalão, figura no processo como “chefe da quadrilha”. O pretendido adiamento não seria providência trivial. Poderia significar a prescrição de vários crimes. De resto, implicaria na exclusão de dois juízes tidos como propensos a condenar os integrantes da “quadrilha”: Carlos Ayres Britto e Cezar Peluso. A dupla se aposenta neste ano. Algo que fará com que Dilma Rousseff indique os substitutos. Quer dizer: Lula move-se com o deliberado propósito de interferir no resultado do julgamento dos implicados no escândalo que tisnou seu primeiro reinado.

Essa proposta do ex-presidente Lula é imoral e tem a finalidade de proporcionar que os envolvidos em crimes financeiros continuem a mamar nas tetas do governo. É uma proposta indecente e parte de uma pessoa que transparece desconhecer o que seja ética política. O ex-ministro Thomas Bastos afirma que pega casos variados. Diz que recentemente defendeu no Supremo o caso das cotas para negros na Universidade de Brasília. As pessoas me procuram, eu examino o caso e, como advogado de defesa criminal - faço as defesas. Só que suas defesas criminais estão voltadas para os perigosos corruptos brasileiros.

Mônica Veloso ficou famosa em 2007, quando se descobriu que o lobista Claudio Gontijo era quem pagava a pensão alimentícia do filho que a jornalista tem com o senador Renan Calheiros (PMDB/AL). Em Brasília os escândalos já são tão normais, que o trabalho extenuante da Polícia Federal se transforma em fumaça. Voltando ao caso Lula, em que a revista Veja anunciou, tal proposta nos deixam de orelha em pé. Segundo a revista, Lula contou a Gilmar que procuraria outros ministros do Supremo. Dos onze titulares do tribunal, ele indicou seis. Incumbiria o amigo Sepúlveda Pertence, ex-ministro do STF e atual chefe da Comissão de Ética Pública da Presidência, de conversar com a ministra Cármen Lucia. Pertence é padrinho da indicação de Cármen.

O ex-soberano disse que já havia conversado com o ministro José Dias Toffoli, ex-assessor da liderança do PT, amigo íntimo de vários petistas e ex-chefe da Advocacia-Geral da União na gestão Lula. “Eu já disse ao Toffoli que ele tem que participar do julgamento”, teria comentado Lula com Gilmar. Lula contatara também o ministro Ricardo Lewandowski, ex-advogado de entidades sindicais do ABC paulista. Revisor do voto do relator Joaquim Barbosa, Lewandowski tem o calendário nas mãos. Depende da conclusão do trabalho dele o agendamento do dia da sessão em que os réus escalarão o cadafalso.

Descobriu-se que Lula achegou-se também a Ayres Britto, recem-empossado na presidência do STF. Encontrou-o num almoço oferecido por Dilma no Palácio da Alvorada, no dia da instalação da Comissão da Verdade. Lula disse que convidaria o ministro para dividir um vinho com ele e com o advogado Celso Antonio Bandeira de Mello, amigo íntimo de Ayres Britto e padrinho de sua indicação ao Supremo. Será que a nossa corte maior vai acatar as imorais proposições do ex-presidente Lula? Se um pobre entrar em um supermercado e afanar uma lata de leite para saciar a sua fome, vai preso, fichado e o destino final será o presídio, entretanto, para a fome dos políticos brasileiros, em sua maioria, não existe punição.

Quando político corrupto não se reelege diz o seguinte: “Vai ser difícil esquecer vocês, ao se referir a Câmara e o Senado Federal. Basta não olhar o céu, basta não se lembrar do mar, vai ser difícil esquecer vocês”. Há pouco mais de um mês no cargo, o presidente do STF, Carlos Ayres Brito, confirmou que sua prioridade é o julgamento do mensalão. Os brasileiros ficariam muito gratos se todos os mensaleiros fossem punidos e que apodrecessem na cadeia. Vamos mudar essa ideia ridícula de que cadeia só foi criada para pobres e pretos. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DA ALOMERCE E DA AOUVIRCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 27/05/2012
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