Olímpio Gabriel, o Bibe
Com este nome poucos o conheciam. Foi um grande craque que começou no C. A. Ypiranga de São Paulo, em 1947, com a difícil tarefa de substituir o famoso jogador Nenê, no alvinegro da Colina Histórica.
Nenê já vinha sendo cobiçado desde 1943 por todos os grandes clubes de São Paulo e do Rio de Janeiro. No começo de 1947, Nenê foi para o Corinthians e o nosso Olímpio ficou como titular do Ypiranga. Seu nome no futebol era “Bibe”.
Bibe era um excelente meia esquerda, armador de sua equipe. Mas também fazia gols. Estreou numa partida entre o C. A. Ypiranga e a A. Portuguesa de Desportos onde seu time venceu por 2 x 1.
O C. A. Ypiranga formou com: Rafael, Alberto e Sapóleo; Garro, Bernardo e Belmiro; Bráz Peixe, Reinaldo, Cilas, Bibe e Válter.
A Portuguesa jogou com Caxambú, Lorico e Nino; Luizinho, Manuelão e Hélio; Renato, Pinga II, Nininho, Pinga I e Simão.
Uma curiosidade nessa partida: Os dois centroavantes eram originários de Campinas e fizeram muito sucesso em suas carreiras. Cilas era da A. A. Ponte Preta e Nininho havia jogado pela equipe do Campinas F. C.
Bibe jogou no Ypiranga até fins de 1950, sempre com grande brilho.
Em 1951 foi para o São Paulo F. C. que tinha uma grande equipe como esta formada por Poy, Pixo e Mauro; Rui, Alfredo Ramos e Noronha; Dido, Augusto, De Maria, Bibe e Teixeirinha.
Em 1952 foi vice-campeão paulista pelo São Paulo com Poy, Turcão e Mauro; Pé de Valsa, Bauer e Alfredo Ramos; Maurinho, Moreno, Albeja, Bibe e Teixeirinha.
Em 1953 Bibe fez algumas partidas pelo São Paulo e se transferiu para a A. A. Ponte Preta.
Bibe estreou num amistoso em Piracicaba contra o E. C. XV de Novembro. O placar marcou XV 1 x 0 Ponte Preta. A rivalidade com o XV era muito grande. As partidas eram ferozmente disputadas.
A Ponte Preta jogou assim: Andú, Antoninho e Valdir; Pitico, Lola e Carlinhos; Bruninho, Lauro, Nininho, Bibe e Jansen.
Em 1953, a Ponte Preta estava armando um esquadrão para o campeonato paulista daquele ano. E na terceira rodada, contra o Palmeiras, em Campinas, estreava o ponta Friaça, ex-seleção brasileira na copa de 1950. O jogador Gatão (vindo do Corinthians) já havia estreado na rodada anterior.
O resultado dessa partida contra a S. E. Palmeiras foi um empate em 2 x 2.
A Ponte Preta atuou com Ciasca, Bruninho e Valdir; Pitico, Carlito Roberto e Carlinhos; Friaça, Gatão, Nininho, Bibe e Jansen, com Bibe comandando esse grande time.
Na rodada seguinte a Ponte Preta foi até a Rua Javari, no Estádio Conde Rodolfo Crespi, em São Paulo, e arrasou o C. A. Juventus por 7 x 1, com Bibe fazendo mais uma grande exibição.
Em 1954, Bibe encantou a crônica esportiva carioca. A ponte Preta foi ao Rio de Janeiro fazer um amistoso em São Januário contra o C. R. Vasco da Gama e venceu por 3 x 2.
A Ponte atuou assim: Ciasca, Bruninho e Valdir; Lola, Carlito Roberto e Carlinhos; Noca, Nardo, Baltazar, Bibe e Jansen.
O Vasco jogou com Hernani, Alfredo e Fantoni; Amauri, Danilo e Jorge; Sabará, Maneca, Vavá, Ipojucan e Dijair.
Cronistas do Rio de Janeiro ficaram muito impressionados com o meia esquerda da Ponte, Bibe.
Bibe continuou a jogar um grande futebol. Os cronistas da época não sabiam explicar o porquê de Bibe não ter jogado no São Paulo o mesmo futebol que mostrava na Ponte Preta, deslumbrando a todos.
Todos os que viram Bibe jogar são unanimes em afirmar que se tratava de um grande craque.
Bibe jogou pela Ponte Preta até 1963, sempre com grande brilho.
Quando de seu passamento, em fevereiro de 2012, o famoso cronista esportivo Alberto Helena Junior comentou que havia falecido o Zidane da Ponte Preta.
De fato, não veremos meio campistas como Bibe nos dias de hoje.
Baseando-me em jogadores da Ponte Preta que eu tive a oportunidade de ver jogar, formaria uma Seleção com Bibe na meia esquerda.
Alguns poderão dizer: mas e o Dicá?
Dicá que atuou na posição onde Bibe atuava, eu colocaria de meia direita, pois ele atuou com brilhantismo nessa posição, no tempo em que jogava ao lado de Roberto Pinto.
Cada torcedor terá a sua seleção formada por jogadores que viu jogar na Ponte. A minha Seleção seria formada por Valdir Perez, Bruninho e Oscar; Pitico, Raul Dias e Odirlei; Lanzoninho, Dicá, Atis, Bibe e Sabará.
Em minha opinião, todos esses jogadores juntos tornariam a Ponte Preta uma equipe quase imbatível.