EGOÍSMO. HUMANIDADE CRUCIFICADA.

Majestático na simplicidade se aproxima o Cristo do Rio Jordão.

João Batista reconhece o Filho de Deus e pede para ser batizado, ajoelha-se.

Jesus de Nazaré, o Ungido, o Rei, diz na recusa de João Batista que por ele será batizado.

É o encontro da eterna sabedoria, Servo e Senhor se colocam em igualdade, são pessoas na origem comum, homens, iguais.

Toda a humanidade deveria caminhar de braços com essa postura do sinal do Cristo ao lado de João Batista; somos todos iguais.

Para ratificar e perenizar essa igualdade Ele se deixa morrer pelas mãos do ódio fomentado pela inveja, crucificado pelo amor à igualdade; pela justiça.

Um sinalagma forte faz muitos viverem um mundo diverso, onde o egoísmo cerra portas e sepulta mentes, fazendo do berço a própria sepultura.

As feridas da paixão, da crucificação do amor, continuam abertas.

O sangue do Senhor não traz paz aos aflitos, seus algozes vencem a batalha do desamor.

A fome no mundo tem o azedume do vinagre que lhe foi dado a beber. Sofre o mundo, onde poucos tem muito e muitos nada têm, a morte extermina a inocência das crianças. As guerras aniquilam a esperança, quando se pede a guerra por proteínas, matar a fome do mundo.

Conferir dignidade ao homem, educação, remédios, assistência, caridade, enfim amor. É a ensinança simples e clara esquecida, sempre.

Como máximo traço, o egoísmo se espalha no planeta e reflete, reprisando a cada instante, a dor dos cravos penetrando nas carnes do Cristo.Como nos que sofrem e padecem largados mercê da própria sorte, ignorados pela indiferença que passeia tranquila pelos campos e ruas das cidades.

Perguntado o que era a verdade por Pilatos, Cristo silenciou. Ele veio para dar testemunho da Justiça.

Configurou-se o maior paradoxo na história humana. Condenou-se o mais justo por pretender a igualação forrada de justiça. E Prócula, mulher de Pilatos, o advertiu do sonho que tivera, seu marido condenaria o mais justo dos homens, e sua face, no sonho, estava marcada com a mais hedionda ferida.

Ninguém precisa admitir o Cristo como Filho de Deus, mas como o Homem incomum que deixou jornada que ninguém pode negar por não negado pela história.

Os que nada acham, não sabem o que procuram. Estão perdidos....sem rumo, por puro egoísmo. Olhar para o lado e encontrar o Cristo no irmão necessitado, de nenhum esforço necessita.

A parábola das pérolas quis a tanto demonstrar, não se espera dos porcos que compreendam o que não está ao seu alcance.

Quando se crucifica o amor, se sangra indefinidamente......e assim permanece a humanidade.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 27/05/2012
Reeditado em 27/05/2012
Código do texto: T3690363
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