AMOR DE MADRUGADA
A neblina escondia estrelas e a lua nova
Garoava em Curitiba quando cheguei
O termômetro marcava menos de dez graus
Meu coração batendo esperanças aflitas
Foi ter com ela em seu quarto
Numa visita inesperada, pensou que estivesse
Sonhando... meia adormecida com um livro
sobre o peito, ví que lia o meu livro "É POR ESSAS
E OUTRAS QUE PRECISO CANTAR" estava aberta
no poema " O AMOR QUANDO ME QUER"
Esperei que abrisse os olhos, esfregando sem acreditar
Que eu estava ali.... não me reconheceu à principio
mas a minha voz a fez ficar alegre, a minha voz
Era para ela o meu rosto, e o que ela tinha de mais de mim
Nesses meses todos, disse-me que minha voz se assemelhava
Ao brilho do sol e a dádiva da chuva... era uma voz serena
pausada, mas triste embora tivesse nela calor...
Sorriu me beijando, me achou mais menino que na foto, não
Esperava que eu fosse brincalhão, imaginava um poeta mais sofrido
e taciturno... disse que pessoalmente pareço mais menino
E afagando minhas feridas me de deu um abraço e um beijo
Dizendo-me que agora serão tatuagens da vida
e que em minha alma não existira mais nenhuma dor ou machucado
Nessa madrugada nos amamos,ela como uma menina que há muito
Não brincava de amar, me ensinou como chegar ao paraíso
dos sonhos envolvidos num beijo calientemente fogoso e poético.
Sem saber se foi sonho ou real, estou votando ,agora, Curitiba
ficou para trás, sua garoa molhou meus olhos, ou sou eu que choro
Com saudade de Maria Lúcia.... o termômetro faz cinco graus
e em meu peito queima um vulcão, que infelizmente volta à Brasília
E em meio ao nevoeiro da janelinha do avião vejo seu rosto
ou imagino entre duas montanhas de nuvens... e olhando no reflexo
da janela vejo que na gola do meu paletó branco, está desenhado
uma boca vermelha, linda lembrança de um beijo enraizada em meu
peito... Chego em Brasília, nessa ilha onde nada acontece, terra
de promessa e concreto, mas vejo luz no planalto central, quando o sol
das esferas reflete no lago paranoá, vejo ainda nos olhos dela, seu rosto alumiando os cantos das garças que margeiam toda orla
uma lágrima de alegria saltitando feito bailarinas num concerto
de harmonia,esperança, paixão e vida... há vida sim! Maria Lúcia
debaixo dos lençóis, e além do horizonte do seu coração...
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CONSTANTINO GRIGÓRIO BARUC - 27/05/2012