"Tamagotchi da vida real"
Quem não lembra ou teve um tamagotchi? Aquele dinossauro virtual que necessitava de cuidados especiais para “sobreviver no mundo contemporâneo”, quando falo especial me refiro ao sentido da palavra, cuidado, pois ele tem uma vida relativamente curta, 30 dias em média, assim o mesmo tinha carência de uma alimentação balanceada, pois se não, ficaria obeso “virtualmente” (que bom se ficássemos apenas obesos virtuais e não balofos reais), visitas periódicas ao médico para tratar possíveis enfermidades, exercício para uma vida saudável e não sedentária, brincar e algumas outras atividades que qualquer ser humano também necessita, para uma vida plena e saudável, mas ao contrário de nós ele tinha uma vida curta, e frustrante para seus pais por afinidade.
Não vejo problema em ter a responsabilidade de cuidar de um ser, que mesmo virtual você sente uma emoção causada pelo objeto, e o portador que está na tutela dá a devida atenção à vida artificial que existe no brinquedo. E Dono, cria um senso de preocupação positiva, porque terá que ter horários, deveres, responsabilidade e a preciosa administração do tempo para dividir tarefas, que apesar de curto... Temos tempo. Realmente é incrível a como aquele objeto virtual exterior a nós, causa circunstância de afeto do sentido de carinho por aquele ser.
Mas não posso deixar de lembrar de uma manchete que vi na tv sobre um garotinho tão real como você e eu pela lei de Immanuel Kant, que foi capturado pela policia militar da respectiva cidade de São Paulo, vendendo drogas em um determinado ponto conhecido da policia. Aquelas pequenas mãos tapando seu rosto surrado pela sua vida dura, sofrida, traumática e poucas vezes reversíveis. Temos que cuidar dessas crianças que estão se perdendo no submundo devastador das drogas, se ele não comer, tiver direito a saúde, educação, cuidados, amor e atenção eles talvez não vivam 30 dias de uma vida feliz, é, eles também morrem. Saindo de nossa vida pessoal e olhando a visão desse fato como um “mal comum” poderemos analisar com a devida atenção que ele merece, pois aquela criança poderia ser qualquer um de nós, e se assim o fosse, desejaríamos uma mão vinda a nosso socorro, como pensaremos no futuro com um presente horrível que desfrutamos contemporaneamente? O Tamagotchi da vida real cresce e infelizmente pode se tornar “um pesadelo da vida real”.