DORES NO ADEUS

Dizem que quem realmente ama não desiste, e se vejo você desistindo de nós, como posso pedir para que fique? Não há mais amor… Então deixo você ir, sem dramas e sem apelos. Assim que sair, fecharei a porta e deixarei que o peito doa, que meus joelhos enfraqueçam, que o frio domine e que minhas lágrimas escorram. Meu sorriso de outrora volta de ponta a cabeça em meu rosto, meus olhos se contraem e abraço minhas pernas no chão frio da porta que se fechou após sua partida. Não sei se o que sinto é por não ter meu amor correspondido ou por você ter me deixado. Já me perdi sem conseguir distinguir a dor da partida, da dor do orgulho ferido. Sim, sou orgulhosa e quem me conhece bem já provou um pouco dessa minha deficiência. É que amarga demais ser colocada em um plano inferior, em um patamar menor e tenho uma ânsia gigante por ser feliz. Então vá… sei que a dor vai diminuir e o que o frio vai amenizar. A tempestade vai passar e ficarei de pé novamente. Você será uma boa lembrança, eu sei disso. Mas olhe, amor meu… trate de ser feliz, mesmo que distante. Da mesma forma que quem ama não desiste, também quem ama quer que o ser amado seja pleno. Vá, voe! Busque novos horizontes e chegue a tempo do entardecer para observar o sol se despedir do agito do dia e dar as boas vindas à sua eterna amante intocável. Aprecie o choro da lua através do orvalho que cai e do brilho que reflete do amado. Deite-se sob o teto de estrelas. Apaixone-se de novo. E sempre.