Do íntimo
Nem sempre é fácil ver a chuva da janela em uma segunda-feira do mês de janeiro, de madrugada. Ainda mais, se reencontrar aquele caso que faz um frio correr pela espinha, um leve e sobressaltado batimento cardíaco, que faz o cantinho dos lábios se abrirem, que lembra tantos momentos. Não é fácil ver a periferia, mas parece que quando chove, ela se esconde, e então se torna bonita.
Janelas, vidros embaçados, alguém correndo na rua, árvores balançando com o vai-e-vem dos ventos.Ah, pensamentos,mais inconstantes que os ventos, mais brilhantes que estrelas, mais sutis que a garoa. Apago a luz do meu quarto para que não me vejam, afinal, parece mesmo que todos: os que já dormiram, os que vão dormir e os que já estão sonhando (como eu)podem ler estas palavras tão íntimas ou me ver da janela de pijama...