EXPRESSÃO DA MENTE

Hospitais e laboratórios são ótima fonte de informação, se nosso interlocutor for paciente.

Há alguns anos, fazia exames. Ao final, reclamo que nunca fui tão gorda como hoje.

A médica explica que sou magra.

Replico:

- Como magra, se meu marido diz que sou gorda?

Para a sua estrutura, é magra.

Não satisfeita, torno a reclamar, desta vez afirmando que nunca fui tão baixa como hoje. Completo enfatizando saber que nós diminuímos, com o passar do tempo.

A médica não perde a oportunidade para explicar que, aos vinte e um anos, já teria perdido três centímetros.

Questiona sobre o que eu teria feito nos últimos anos.

- Trabalho sentada e terminei a faculdade de Direito o ano passado.

- E eu posso crescer?

De todo o passado e comentado, pude tirar uma conclusão: o corpo é expressão da mente, conforme o abrir-se ou o fechar-se ao mundo.

Recolher-se. Não é como nos livros de auto-ajuda.

Sentada, tomo uma posição quase fetal. Assim, diminuo.

Ao exercitar-me, alongar-me, meu corpo reage.

Maria da Glória Perez Delgado Sanches

Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.

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