“Camisola amarela. Olha... Neire, lá em cima da sacada.”

Nestas duas semanas em que eu estive na Europa, percebi o quanto o povo Europeu admira a nossa cor amarela. Por que toda vez que eu colocava a minha camisa amarela do Brasil, desfilando pelas ruas da Europa, eu podia sentir reações diferentes, sobre nós brasileiros. A resposta vinha em forma de sorrisos e comprimentos, era como eu estivesse sendo abençoada pelo povo europeu. Muitos fatos diante de mim, meus companheiros puderam presenciar. Eu poderia citar vários, mas gostaria de apenas citar alguns, para que não pensem diferente de mim. Então, quando eu resolvi viajar para a Europa, a primeira coisa que pensei, foi, “comprar um blusão com o emblema do Brasil, e na cor azul”. Mas quando eu demostrei a minha intenção para todos aqui no Brasil, fiquei perplexa e decepcionada, com os comentários negativos como: “Você vai ser chingada, nas ruas da Europa, os estrangeiros não gostam do povo brasileiro.” Nada positivo, apenas criticas. Mas apesar de escutar todas estas baboseiras (gíria popular), eu sabia o que o meu coração pedia e dizia, como a dizer: “Vai lá Brasil, mostra a sua cara, confia em mim.” E assim como uma menina sapeca, que gosta de contrariar, comprei o meu blusão do Brasil e a minha camisa amarela. E assim com todo cuidado para não amassar, coloquei com todo jeitinho dentro da mala. E voei para a Europa no dia 04 de maio, de 2012. Ninguém sabia do meu grupo, que ali dentro da minha mala, eu escondia a minha camisa amarela. Porque a questão era, se eu falasse, já vinham às criticas. E assim me sentindo um pouco, uma carta fora do baralho, no primeiro dia na Holanda Amsterdã, eu tive a revelação o que é ser notada, quando vestimos a nossa cor azul e amarela. O sorriso do guia para comigo foi especial, quando ele se preocupa comigo, me chamava assim: “Vem Brasil, vem Brasil, fique pertinho de nós.” Então, eu fui notando, que aquela recepção, era calorosa, eu não podia ter medo, eu deveria usar a minha camisa amarela. E a partir daquele instante, decidi, vou levar você Brasil, juntinho do meu coração, não terei vergonha de você, sou Brasileira com muito orgulho. E então de uma forma descontraída, coloquei, e mostrei para todos, que passavam por mim, o símbolo do Brasil, estampado em meu peito, desfilava pelas ruas, pelos monumentos, orgulhosa da beleza das cores, azul e amarelo. Teve um dia descendo para tomar café da manhã no hotel, fui surpreendida por uma voz que falou: “Brasil, eu ti amo.” Olhei para o lado em que ouvi a voz e fiquei surpresa, e vocês também vão ficar, pois lá estava um casal de argentinos, em uma mesa tomando café, e com um sorriso, bateu com a mão em seu peito, e, disse para mim: “Nós amamos o Brasil, vocês moram em nosso coração.” E com isto, eu fiquei espantada, e agradeci. Espantada por uma razão (a nossa rivalidade, quando se trata da copa do mundo). Mas fiquei feliz, porque quem estava naquele momento de glória, era eu, uma brasileira, que aproveitava para desfilar naquele dia especial, desafiando a toda cultura negativa, que fazem do nosso querido Brasil. E assim durante todos os lugares aonde, eu ia, eu fazia o possível para estar com a minha camiseta amarela, pois era assim, a minha comunicação, entre todo povo, que eu ia encontrando pelo caminho. Teve um dia, andando entre a multidão de turista, um fato veio me chamar atenção, quando vi passar por mim varias crianças todas juntinhas formando uma fila indiana, parei por um momento para que eles pudessem passar, mas qual foi o meu espanto, opa “o meu encanto”, entre todas aquelas crianças, uma parou, e fez sinal para mim, e com as suas mãozinhas pequenas, apontou para a minha camiseta, e com um sorriso, fez um gesto de agradecimento, e, jogou um beijo, e deu tchau. Fiquei olhando admirada, e, entendi, que, onde o Brasil passar, até os inocentes, gostarão de ti, meu Brasil. E neste idioma de cores, eu ia me comunicando em todos os lugares que ia passando. Mas algo estava reservado para mim e ao nosso grupo de brasileiros, e assim com exclusividade passando por lugar, que nos levava ao um monumento histórico, fomos surpreendidos por uma música, onde dois jovens, com o seu saxofone, tocaram para nós brasileiros, a música “Garota de Ipanema.” Eu pergunto, como eles descobriram de longe, que nos, éramos brasileiros, não sabem? Pois eu digo. Foi por causa da minha camiseta amarela. E quando chegamos mais próximo demos um show, começamos a dançar num ritmo brasileiro, neste gingado que é só nosso, cantamos a nossa garota de Ipanema. E foi quando alguém do nosso grupo disse baixinho para mim: “Neire, agora você vai ter que dar uma moeda.” “Mas é claro que eu vou dar, depois desta homenagem, eles podem levar tudo de mim. Mas só uma coisa que não.” “E qual é?” Ela disse, o meu coração brasileiro falei. E assim nesta poderosa comunicação de amizade, fomos seguindo a rotina do nosso roteiro, até marcar de vez a cándice que tinha deixado; A minha marca, que se repetia a todo o momento, de forma simpática. Mas o que eu não esperava mais, porque tudo de bom já tinha acontecido, o que poderia mais acontecer, eu estava feliz. E sobre uma alegria extasiante, ouvi alguém gritar bem distante: “Brasil, Brasil, Brasil.” Olhei para todos os lados para saber do que se tratava, quando uma colega do meu grupo disse: “Olha lá Neire.” “Onde??” “Lá em cima naquela sacada, é o Daniel [o nosso primeiro guia, de quando desembarcamos, na Europa] está te chamando.” E com isto eu comecei a dar tchau, e com gesto ele gritava: “Brasil, Brasil, Brasil, eu quero esta camisola.” (camisola queria dizer camisa em português.) E foi quando eu disse: “Não, está, é minha, serve a pulseira?” “Sim, sim.” Ele gritou, e colocou sua mão em seu peito em sinal de agradecimento. E como garantia que eu iria dar, tentei joga-la de onde, eu estava. Mas ele fez um sinal, “irei busca-la ai embaixo”. E veio, e foi comovente, me abraçou, pegou a pulseira de cor amarela, e, a beijou, bateu no peito, e disse num sotaque misturado, com português, italiano, sei lá o que, só sei que o seu sorriso, marcou em mim naquele momento, e com, este jeito, deixei em seus braços, em suas mãos, a lembrança dos brasileiros, a nossa cor amarela.

Longos foram os dias, a saudade já batia em meu peito, e a sensação de um vazio se abria em meu peito.

Afastei me do meu Brasil por um tempo, para que eu pudesse realizar descobertas, para fazer referência, a minha história.

E nesta dimensão, conheci varias obras mundialmente conhecidas, também fiz uma reavaliação dos valores humanos. “Poupando o tempo e acelerando o ritmo.” Pois foi assim, foi uma organização em série, um processo de produção, a ser subdividido em pequenos segmentos, de movimentos rápidos de fazer referências á história da Europa.

O paradoxo da sabedoria, nos leva a uma reflexão sobre diversas formas, de ver as coisas. Uma delas é o conceito do enriquecimento do processo de aprender, a lidar com o ser humano, onde nos estivermos. Por que um ser que se forma em contato, a uma sociedade diferente da sua. “Na ausência do outro, o homem não se destrói, ele se completa.”

Então quando olhamos para o outro significa que cada um de nós contemplamos um milagre. “O milagre da vida.”

“Todo lugar que pisar a planta do vosso pé, vo-lo tenho dado, como eu prometi a Moisés” Josué 1.3

“Invoca-me, e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas, que não sabes.” Jeremias 33.3

Neire Lú

Madame X

Nonna Melone

Grann Melone

24/05/2012

Neire Lú
Enviado por Neire Lú em 24/05/2012
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