Dois Rios

Em um lugar perto daqui houve um assassinato.

Um crime no banheiro.

O sangue se esvaiu pelo ralo da banheira.

Aprender para valer.

O que será de nós?

Ela teve medo, mas fugiu, antes.

Não se sabe ao certo, para onde foi.

Ela escapou da testemunha.

Para ela a vida é a fração da felicidade, versando sobre: a lei de causa e efeito, e a da purificação.

Mas, o que a instiga: é a lei da afinidade.

Ela supra seguir esse destino tão perigoso.

Como lutar? Com se aproximar mais, se não há clareza dos caminhos.

Dois rios tão rasos e curtos.

Sem saber qual levará ao desfiladeiro fatal, ou ao caminho do oceano paradisíaco?

Ela não sabe como sair desse jogo.

Um dos rios segue, e outro termina onde começou.

Tudo para ela é fuga e medo, e um desejo insano.

Mas ela quer encontrar a sua felicidade, mesmo que profana.

Ela não desiste.

Quem será a sua vítima dessa vez?

Para onde ela vai tentar agora?

Arriscou ir onde o perigo se encontra novo.

Perigo por perigo, ela se sente atraída.

Mais uma vez: houve um crime no banheiro.

O sangue desceu lentamente pelo estreito da banheira.

Ela se desfez dos fatos de forma rápida, e saiu lentamente.

Pois, é uma profissional.

Ela revela estar cansada desse frenesi impulsivo.

Deseja ardentemente sair.

Parece que desta vez ela logrou a saída.

Logo a vontade e o desejo bateu fome de novo, e, ela volta.

Mas para onde ela foi?

Aonde tudo começou.

Sua fome não tem fim.

Fabinho Oliveira
Enviado por Fabinho Oliveira em 24/05/2012
Reeditado em 08/11/2013
Código do texto: T3684911
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