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Posso sentir o vento batendo nas minhas costas, sinto que se tivesse cabelos lisos eles estariam a se esvoaçar, mas como não tenho, são meus sonhos que dançam com o vento, o mesmo que puxava uma folha violentamente. Essa folha começa a cair tão viva e vibrante como um novembro dourado, ela cai em meio ao verde, mas se destaca na multidão como uma estrela vermelha em um céu escuro, o vento volta a brincar com ela, levando-a para longe do galho de onde pertencia, meus olhos grandes a acompanham até se perderem em algo mais profundo. Uma respiração mais pesada e me dou conta que aquele momento nunca se repetira, não daquele jeito, não com aquela folha, então olho para o relógio, levanto-me e começo a andar... Desejando apenas que aquela folha pare no pé de alguém e que a ele lhe de um momento tão intenso como esse que vivi.