A relatividade dos valores.
Com o casal sem filhos morava o irmão dela mais novo, excepcional que veio a falecer aos 50 anos.
Dez anos depois faleceu o marido. A senhora continuou morando no mesmo local por contar com a amizade de vizinhos conquistados ao longo do tempo que ali residiram.
Senhor Mendonça, homem generoso, bem mais novo que o casal, os serviu de motorista por muitos anos, cuidando inclusive do carro, uma Paraty amarelinha.
Entre eles havia um trato: “Mendonça, vou passar o carro pro seu nome, já que eu não sei dirigir e, você nos serve há tantos anos” prometia a senhorinha.
Foi grande a surpresa quando de repente o senhor Mendonça teve fulminante ataque cardíaco, e faleceu aos 63 anos.
Só então a senhorinha de 92 anos percebeu a relatividade dos valores e finalmente se desapegou: deu o carro ao filho de Mendonça e, toda a mobília da sua casa para a vizinha. A casa que moravam foi colocada à venda, e a senhora foi morar com uma sobrinha no interior de São Paulo.
Confesso que gostaria de saber se ela ainda continua na sua rotina diária de jogar no bicho e saber de cor os resultados...