O PROIBIDO DIARIO SEXUAL DOS HOMENS – X
É, faz tempo, bastante tempo. Mas estamos de volta, e pra continuar!
A ultima vez que ele lembra de estar tão ansioso foi em seu baile de formatura da oitava série. A ansiedade o corroia pela espera da prima. Não a espera da prima exatamente, mas de um momento que ele nem sabia se ia existir, que era de fato: ficar com a prima.
Será que Flora desconfiava? Ele esperava que sim, afinal isso facilitava as coisas. Mas voltando rapidamente a sua formatura de oitava série foi lá que ele conheceu a bebida alcoólica. Já haviam sido apresentados, mas agora foi de uma forma diferente, foi o primeiro porre!
A colação de grau, aquelas várias camisas e gravatas muito parecidas, quando não iguais. Aquela pagação de mico infernal que a gente só vai dar valor dali a muitos anos, e depois o baile de formatura. Onde ninguém fica com seu terno por mais de trinta minutos. Os pais e irmão de Robertinho não ficaram nenhuma hora no baile, e o combinado foi ele ficar até a hora que quisesse, e ir embora com seu amigo, dormir na casa dele e no outro dia ir para casa. Os pais do amigo foram embora, mas um primo maior de idade e motorizado ficou e prometeu a carona.
Foi exatamente quando a maioria dos pais se ausentaram que festa começou de verdade. E pela primeira vez o lance não eram garotas, pegação e tudo mais, era uma coisa realmente nova e que parecia tão, mas tão tentadora... Latinhas de guaraná e duas garrafas de uísque Drurys (Deus me livre credo em cruz!). O negócio era beber, mas claro nunca sozinho, afinal a turma era grande e vários cabaços alcoólicos precisavam ser tirados. Esta era a oportunidade. Robertinho pegou o esquema da primeira vez já: copo descartável, seis pedras de gelo, uma parte de uísque e 3 partes de refrigerante ( o guaraná ao menos era Antarctica). Bastou alguns e as coisas começaram a ficar mais devagar. Sentia ainda o gosto ruim do Uísque no final de cada gole, mas não podia fazer cara feia. No banheiro lhe ofereceram um cigarro, amigos da turma estavam fumando, mas ele nem conseguia responder mais nada.
Mijou sobre o próprio sapato, não fechou o zíper e ainda soltou um peido bem alto, contaminando o banheiro e fazendo muita gente rir. Era visível que ele não estava bem. A questão era que muitos já não estavam sóbrios também. Lavou a mão com guaraná e por pouco não colocou sabonete liquido pra completar a dose. As 3 da manhã a banda parou, e ouvira-se os habituais xingamentos, mas nem por isso continuaram. O chão era aquela nojeira de copos e líquidos de muitas cores. Robertinho escorregou num gelo derretendo e caiu de bunda. Riram muito, inclusive ele mesmo. Um menina quis ficar com ele, mas raciocinar não fazia parte das ações daquela noite.
Na casa do amigo, a sorte é que seus pais tinham o sono pesado, porque eles não dormiram... Um amigo muito querido e não amado chegou para começar outra festa, a da Dna Celite. O Hugo chegou pra ficar, e vomitavam a cada cinco minutos. E repito: que bom que na casa os que estavam dormindo tinham o sono pesado, porque Robertinho era um escândalo. Cada golfada parecia um gata no cio. Vinha acompanhada de gemidos e sons involuntários. O cheiro de azedo manifestava, e como todo bêbado (inclusive os de primeira viagem), eles prometeram que nunca mais beberiam daquele jeito... Uma promessa que nunca se cumpria.
Passaram o domingo no quarto, e só se recuperaram pela tarde... Um dos maiores alívios que alguém pode ter.
Foi neste domingo que inventaram uma brincadeira (ridícula) diferente. Chamaram outros 3 amigos e fizeram uma competição: quem ejaculava mais longe! Sim, eu falei que era ridícula, portanto das próximas vezes acreditem em mim. E nesse universo masculino, principalmente adolescência, algumas coisas parecem bem normais, esta era uma delas.
Os amigos chegaram, Armando e Robertinho ainda se recuperavam do porre, eles também. Começaram a fuçar revistinhas pornôs até a ereção chegar. Uma figura de uma posição sexual bem diferente chamou a atenção:
“Como é que ela consegue fazer isso?”
“Meu, isso deve ser muito bom.”
“Que nada, deve é ser desconfortável, porra.”começou. Um ao lado do outro, e ganhava (nada, só fama) aquele cujo esperma chegasse mais longe. Pelos e pelados a mostra, Rodrigo, um dos garotos que chegou tinha o maior pênis de todos ali. Além de ser bem grosso. Armando era virado em veias e não tinha prepúcio. Outro era virado em cabeça, outro mal tinha, coitado, não enchia a mão... E eis que cada um seu tempo, gemidos e caretas ejacularam. O primeiro foi um pouco além dos pés, o segundo foi longe em muitos jatos quase uma convulsão (meio assustador), o terceiro pingou sobre os pés (fiasco). O quarto e o quinto foram quase juntos e foram bem.
...
- Senhoras e senhores, vamos receber agora, o dono da gozada mais distante dos últimos tempos! –
...
E daí eles notaram também que cada uma era diferente, cada esperma no caso. Uma espessa, outra mais rala, outra mais branca, e por ai vai. A alimentação e treino mandavam. Os parabéns dados ao vencedor, uma revistinha bem interessante apareceu: “Aprenda novas técnicas de masturbação”.
Mas claro, como não tinham pensado nisso antes, ou melhor, como não tinham colocado a mão naquele exemplar antes. Isso era exatamente o que prec isavam pra sair da rotina ( e quando casado, é justamente uma bronha que faz sair da rotina). Maneiras diferentes, métodos, técnicas... Ahhhhhhhhhhh n~o cnsgo nm ecver dirto d tant emçao pr ees!
Juntos, sentados na cama, devoraram as páginas, cada um queria levar para casa, mas o dono foi irredutível, afinal ele nunca tinha dado bola pra aquilo, as agora os tempos eram outros. E era um espetáculo, digno de ingresso e aplausos o que um ser humano (do sexo masculino e treinado) conseguia fazer com as mãos no pênis. As ilustrações eram incríveis, cada modalidade... A vida deles realmente mudara naquele momento, e negócio era tão completo que trazia até a sugestão de maior prazer com a técnica do “intruso”... O popular fio terra!
Eca!
Ui!
Que nojo!
Tá loco, oh viadagem! Uma semana depois, o dono da revista havia quebrado o pulso, cena do acidente: quarto trancado, deitado na cama. Nem se imagina o que possa ter acontecido. Mas Robertinho tem algumas páginas xerocadas ainda guardadas em uma gaveta.
E com tudo isso em evolução, Robertinho se achava. Mal sabia ele que a vida seria bem mais que aquilo, que no seu futuro, a sexualidade seria refúgio, que uma transa por mais simples e sem graça que fosse, ti nha o poder de mudar o dia. E todo mundo, todo mundo queria sexo. A diferença era (foder) com quem ou o quê.
Ele se imaginava transando com as mais lindas mulheres, criava situações, cenários e artifícios na sua mente só por uma gozada... que ficava mais potente, forte e consistente a cada dia... Ok, essa última parte foi dispensável, bem nojentinha mesmo.
E voltemos então ao seu objetivo: pegar a prima. E certo como a dor de barriga depois de uma festa de aniversário infantil, era o sentimento de Robertinho de que sua intenção iria se concretizar. O problema é que os dois mal se falavam, nem tinham tempo a sós, como isso iria dar certo?Mesmo assim estava investindo no que podia, foi que lembrou de algo que poderia agradá-la na hora H: Ela já era uma garota experiente, e parecia toda moderninha, não devia gostar de pelos. Depilação! DEPILAÇÃO! D-E-P-I-L-A-Ç-Ã-O!... Estava certo disso... DEPILAÇÃO? Estava certo disso?Valia tudo para agradar sua prima, e vai que o negócio ficasse legal, né?
Lembrou do passo a passo de sua mãe com as pernas: uma lâmina azulzinha da BIC, bacia com água quente e sabonete.
O medo estava com ele bem pertinho. Pensou já na tragédia que poderia ser o corte errado, perder o pênis, nunca transar, e isso e aquilo, e PARA a, Robertinho! Relaxa e depila. Molhava os pelos com a água, molhava a lamina, passava de vagar, lavava a lamina pra tirar os pelos e repetiu-se o processo, até que virou um bebê outra vez. Deu fim em todo o aparato, de modo a ninguém nunca saber de algo.
Quanto ao tempo e as atitudes da prima, decidiu mais uma vez a recorrer a conselhos certeiros: seu pai.
Mais uma vez sentados na cama de Robertinho, o pai sabia que vinha bomba por aí. Mas sempre com seu sorriso acolhedor e pronto a ouvir tentar esclarecer todas as coisas ele estava ali.
O garoto foi sincero e contou tudo, o pai esboçou diferentes expressões e não interrompeu, até que chegou a hora de sua ação: - Eu sei como você se sente, também já fui afim de uma prima. Mas o que está acontecendo é que você nem sabe se gosta dela, mas quer aproveitar a oportunidade. Ela está aqui em baixo do mesmo teto que você, e você louco pra afogar esse ganso. Ela é linda, muito linda, é verdade. E tu vê ela, como a possibilidade que você tem para finalmente entrar nesse mundo que parece tão fascinante né... Mas não esquece de tudo que eu já te disse. Faz o seguinte: vai devagar, afinal ela vai ficar um bom tempo aqui com a gente por causa desse curso que ela tá fazendo. Ela não tem amigos ainda. Não conhece direito a cidade. Te propõe a estas pequenas coisas, de forma natural, sem querer ser alguém que tu não é, mas também não sendo ‘bocozão’ né. E tente conversar, ajudar ela, e nestas pequenas atitudes você vai construindo as oportunidades de conquistá-la. Idade não é desculpa, e nem o fato de serem primos. E se não for, paciência e continua teu caminho, porque a gente sempre encontra o chinelo velho pro nosso pé cansado. Não esqueça de agir com objetividade, personalidade e naturalidade. Vai lá e vou ajudar no que puder.
Ele era um mestre, como ele conseguia fazer aquilo tão bem? Pai é pai, e o dele valia por uns 8 ou 14.
Os dias passaram-se e ele descobriu uma coisa terrível: depilação causava uma coceira tremenda. Os pelos renascendo na região pubiana eram um inferno, ‘pinicavam’ sem parar, ele vivia com a mãe ali, e tudo era desconfortável. Colocava os fones de ouvidos, uma música animada e dançava pra poder se coçar com objetividade, personalidade e naturalidade.
Chegou uma oportunidade que ele tanto queria. Seu pai era mágico, e foi sé ele dizer que o negócio ia rolar, que estava tudo se encaminhando.
Final de semana. Nada de estudos, nada de curso e tempo extinto. Flora precisava ir ao centro da cidade comprar algumas coisas, e precisava de uma companhia. O escolhido fora o primo, através de uma mãozinha do pai.
Andaram pra lá e pra cá, Robertinho já foi se ligando no gosto dela por objetos e estilo de roupas. E como ela era linda, nossa! Aqueles cabelos esvoaçantes, aqueles lábios, aqueles olhos... Encantadora+Apaixonante+Sexy+Ousada+Natural, era difícil descreve-la em uma palavra só, mas ela era demais. Fã de Kid Abelha e Queen, cantarolava sucessos e músicas desconhecidas o tempo todo, e de repente olhava para Robertinho sorrindo e continuava a cantar fitando seus olhos. Nossa, aquilo era realmente enlouquecedor!
E pelo sei jeito, pelo pouco papo que bateu tudo, pelos olhares, tudo ia dar certo. Haviam ficado mais íntimos, mais amigos, gostavam de várias coisas em comum.
Ao final das compras, ela ofereceu um lanche. Foram num lugar ali perto, cansados de andar pelas lojas do lugar. Fizeram seus pedidos e Robertinho resolveu que aquele era o momento de puxar o assunto:
- Flora, e nesse seu curso, deve ter um monte de caras solteiros afim de pegar alguém né?
- Seus lábios emanavam um brilho quando falava: - Sim cara, tem um monte, cada um sem noção que você nem imagina.
(Show, ela não gostava dos caras do curso, maravilha, caminho maior!)
- E Flora, você é bem experiente já nessa questão de relacionamentos e tal hein?
- Sim, um pouco, mas não dou bola pra isso, prefiro viver sem fazer colação Robertinho.
(Olha que maravilha maior ainda, ela nem ia dar bola pra falta de experiência dele.
- E o que a pessoa tem que ter para te encantar Flora?
- Nossa, que entrevista hein! – Os dois riram, ele ficou um pouco sem graça e ela respondeu . – Ah não sei, não existe pra mim uma fórmula perfeita sabe, tem que bater os gostos, aquela química, não dá pra explicar!
A pergunta chave. O gás da Coca cola ia ser colocado agora... Com objetividade, personalidade e naturalidade: - E nesse momento tem algum cara na sua vida? Tem namorado, ou coisa do tipo?
A resposta, mega chocante e ultra doída também foi colocada com objetividade, personalidade e naturalidade: -
Cara na minha vida? Namorado? Robertinho eu sou lésbica. – Aquela risadinha de quem tem certeza e mata alguém com palavras. – Meu negócio é meninas primo!
A objetividade, personalidade e naturalidade haviam desaparecido, meio universo caindo lá embaixo: - Lésbica Flora?
- Sim, e quer saber: acho que você também é. Leva um jeitinho. Tem certeza de que não é?
(Por favor, alguém traga urgente uma caixa cheia de objetividade, personalidade e naturalidade... Vamos precisar de muito disso aqui).
Douglas Tedesco – maio de 2012