HOMEM ETERNO
Homem Eterno
18/12/2011
Sempre ouvimos falar na eternidade humana, principalmente no aspecto da religiosidade onde, por sermos bons ou maus, nos é prometida a eternidade, seja no paraíso ou no inferno ou ainda em vidas renascidas para expiação e purificação.
Constatamos que somos cada vez mais longevos. Se na antigüidade a expectativa de vida era de vinte, trinta anos hoje pertencemos à geração centenária, onde o homem de sessenta era o de quarenta da nossa infância e os de oitenta os de sessenta. Somos velhos a partir dos oitenta.
Vivemos, na acepção da palavra, pelo menos mais vinte anos.
O avanço da medicina e a própria evolução natural da humanidade são responsáveis por essa sobrevida. Enquanto uns criticam a alimentação por estar criando uma geração de obesos, o fazem por esquecerem que no passado, na época dos dinossauros eles eram pequenos a princípio e foram crescendo para serem os seres dominantes, na sua era.
Vida é gordura, precisamos de gordura para poder “queimar”, quando necessitarmos.
Nossa eternidade também merece ser vista por outro prisma. O da evolução tecnológica. Já se foi a época romântica do avanço tecnológico onde buscávamos conhecer satélites que iluminavam as noites de nossas amadas. Hoje buscamos vidas em outros planetas distantes anos luz e às vezes mais anos do que a luz que a nossa efêmera longevidade ainda nos permite. Viver mais é uma das opções para atingirmos mundos distantes, onde precisaremos viver.
O aumento da duração da vida certamente ocasionará a superpopulação com que já convivemos em alguns recantos da terra, recantos estes ricos ou pobres, indistintamente.
Mais uma vez, como em tudo, temos pelo menos duas opções que poderão solucionar este problema. A humanidade parará de crescer pela procriação em números cada vez mais inexpressivos em relação a sua taxa de mortalidade. Ou a humanidade por ser eterna, tem um numero limite, o que hoje não temos consciência ou capacidade para entender.
Porém se for verdade que ainda estamos a caminho da eternidade ou se já a vivemos e apenas não o sabemos, pararemos de nos procriar pois, não morremos nem morreremos e até lá chegarmos, na consciência da eternidade, precisaremos de outros mundos para nos fornecer os subsídios naturais para a vida.
Se já vivemos a eternidade, e o que nos falta é esta consciência, devemos imaginar que só existe o presente, que passado e futuro se fundem em presente e, portanto, não existem. Temos que pensar que não eram deuses nem astronautas os que aqui já estiveram em outras épocas, no Egito, junto aos incas ou aos maias, por exemplo. Éramos nós no futuro. Nós no futuro presentes no passado.
E isso ocorrerá se reencontrarmos a máquina do tempo ou se recuperarmos nossa memória de vidas passadas, pois somos eternos.
Geraldo Cerqueira