Relembrar também é viver!

Às vezes assim como que de repente,do nada eu começo lembrar do passado mais remoto da minha existência.Eu nasci em um lugar que é

quase uma aldeia de índio,não desmerecendo os nativos brasileiros,ao contrário,tenho um carinho imenso por eles;a referência fica mesmo por conta das condições de vida.Uma vida muito natural,nada de muito produto industrializado,mas embora houvesse carência de um monte de coisas, hoje eu percebo,que havia tanta felicidade,que eu não enxergava... Era um tempo de inocência,de me reconhecer parte do mundo da humanidade,de aprendizado,sonhos,ilusões...

Eu tomava banho de chuva,brincava com animais, ia à escola a pé cortando caminho pelos sítios dos vizinhos.Roubava frutas no pé rsrsrs

me fartava de delícias que minha mãe fazia... Naquela época eu tinha mãe! Eu era tão rica e nem me dava conta!E era muito ingrata.

Só agora sei o quanto! Ah quanta saudade daquele tempo,meu Deus!

Quando eu via a chuva se aproximando,chuva de verão,trovoada como se costuma dizer lá,eu saía no terreiro às vezes sob protestos de minha mãe,eu caía na chuva!Tudo era festa!

Saudade da casa da minha tia... Do barulho dos carros e caminhões que passavam na Br 423 que embalava meu sono...

A farra com as primas e primos,e com as crianças vizinhas.

O céu pontilhado de estrelas...As noites de lua cheia no sítio...

Quanta beleza e poesia que eu nem me dava conta... as lembranças são tantas, mas esse nó na garganta está atrapalhando o meu relato,vou tentar viver o hoje tão cheio dessa dor que se chama saudade do que nunca mais terei.Bom dia!

Deixemos o passado no passado,vivamos.Ou pelo menos, tentemos...

É o que farei...

Elenite Araujo
Enviado por Elenite Araujo em 21/05/2012
Reeditado em 21/05/2012
Código do texto: T3679269
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