18/05/2008
 Zélia Gattai
                                                 

Acabo de ler que faleceu Zélia Gattai Amado.

Não foi um choque; já havia lido diversas notícias sobre o seu delicado estado de saúde, com os piores prognósticos possíveis.  Mas mesmo assim, doeu.        

Sempre admirei a escritora que mesmo idosa parecia uma menina.  Noventa e um anos de idade... É um longo tempo, sendo que os últimos não fizeram justiça ao espírito tão amável, afetivo e carinhoso que ela transmitia.        

Casada mais de cinquenta anos com um dos maiores escritores brasileiros, sempre foi uma contadora de histórias, e lançou seu primeiro livro após ter completado 63 anos de idade, o que prova o seu inequívoco talento.        

Não deixei nunca de assistir e ouvir com atenção o que a doce Zélia falava na televisão, quando dava alguma entrevista.        

 Agradava aos ouvidos o que escutava da sábia escritora; aos olhos, a imagem de uma mulher forte e ao mesmo tempo com todo o aspecto de "mãezona protetora.        

Que histórias interessantes contava, e com que carinho falava da família.        

A casa onde viveu junto com Jorge Amado, o hábito dos dois, durante o entardecer, apreciarem a chegada da noite sentados junto a uma grande árvore, que ainda existe, na casa do Rio Vermelho, onde estão as cinzas de Jorge e agora, por decisão da família, vai ser cremada e suas cinzas espalhadas na mesma casa, junto as do marido.        

Que existência bonita, Zélia.  Obrigado por tudo.  A gente fica se sentindo órfão...

 

Jorge Cortás Sader Filho
Enviado por Jorge Cortás Sader Filho em 21/05/2012
Código do texto: T3679045
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.