SE MEU GUARDA -ROUPA FALASSE
Sofro muito ao ter que me desfazer de uma peça do guarda-roupa. Gosto de tudo que tem ali, começando por cores, modelos, marcas, tamanhos diversos e história.
Basta se deparar com uma velha blusa de frio para que mil lembranças apareçam e tomem conta do nosso eu. E Como tenho apreço por coisas antigas e memoráveis, as trato com muito carinho e espaço.
São diversas as maneiras as quais selecionamos uma peça de nossas coleções. Quando se pega uma blusa, por exemplo, lembramos automaticamente o dia e o lugar onde a usamos. Quando pegamos um vestido, é inevitável que saibamos o quanto já repetimos o uso, principalmente as mulheres que odeiam a mesmice. Quando se pega um moleton, é porque está frio e precisamos de algo leve e aconchegante para uma noite. Quando estamos animados, queremos uma roupa alegre, colorida e que transborde felicidade em sua etiqueta.
Gostamos de sair, aparecer, sermos bonitos e felizes. A roupa, mais que um simples adereço, torna-se essencial para que uma mistura de sensações assim sejam percebidas e, é algo tão importante, que nos faz recordar por um bom tempo.
O mais importante nisso tudo, é saber escolher o que nos faz bem, depois as outras coisas acontecem. Não é necessário utilizar somente o que a mídia e a sociedade nos impõe como belo e padrão. O que torna-se primordial e único, é o encantamento que cada peça usada nos transmite, seja em forma de cores, seja em forma de lembranças.
Não importa o valor, a marca, a grife. O que mais engrandece o ser humano está guardado dentro dos espaços que deixamos, da forma como gostamos e admiramos, da maneira que enxergamos e recordamos. Ah, se meu guarda-roupa falasse...
Recordar-se de presentes, lugares, eventos, dias comuns e outros, é também guardar junto a cada peça, um momento e uma grata lembrança. Por isso, caro leitor, valorize suas singularidades e desejos, valorize gostos e demais anseios. Siga bem e feliz.