Idoso ou Velho?

Há uma máxima (jurídica) que diz “igualdade é tratar os desiguais desigualmente”. Assim, nada contra a Lei dos Idosos, os atendimentos prioritários, os estacionamentos com vagas especiais etc. Mas acho que de forma inconsciente, involuntária, há discriminação sobre os velhos(as). A começar pela própria denominação, o verbo Envelhecer não se aplica mais às pessoas, só podendo ser usado para as coisas em geral, como se não houvesse o envelhecimento, e envelhecer fosse uma pecha, uma agressão, ou a saga de todos os que ultrapassam certa idade. Logo, obrigatoriamente, há de haver um novo verbo para significar quem envelhece: IDOSAR - “Que bom! Vovô e a vovó estão idosando cada vez mais”... Somado a “isto”, algumas situações se apresentam verdadeiramente constrangedoras: repetindo, -"é regularmente chamado(a) de Idoso, e não de velho(a)"...; -“respeite os mais velhos”... como se o respeito fosse prerrogativa ou exclusividade de quem tem mais idade; -"atenção ao que ele(a) fala, pois tem sabedoria e experiência"... mesmo que a senilidade se imponha; -"quando sai em grupo para passear ou praticar esportes vira documentário ou notícia”... ; -"é sempre elogiado(a) calorosamente por não parecer ter a idade que tem, ou por parecer ter 10 anos a menos, ou ser conservado(a)"... como se fosse uma coisa estratificada no tempo; - "a Melhor Idade é uma expressão de estímulo”... como se existisse a ótima idade, a excelente idade, ou a pior idade... etc.

Tratado como um ser extraordinário, como se ”idosar” não fosse uma trajetória natural de todos, não é menos óbvio que há faixas etárias que merecem especial atenção. Portanto, não podendo haver tão larga proteção para as Crianças e Adolescentes, deve ser criadas, como sugestão, com estudos biopsicológicos a ser adequados, a Lei dos Bebês (idade entre 1 e 4 anos), a Lei dos Não Bebês (idade entre 5 e 9 anos), a Lei dos Pré-Adolescentes (idade entre 10 e 12 anos), a Lei dos Adolescentes (entre 13 e 16 anos), a Lei dos Jovens (entre 17 e 20 anos), a Lei dos Jovens Adultos (entre 21 e 25 anos), a Lei dos Adultos (entre 26 e 59 anos)... E ainda, para cada faixa etária, que haja a subespécie considerada a situação econômico-financeira e social da família de cada um, a etnia (raça, cor, enfim, o histórico cultural de cada um), a religião, o partido político dos pais ou de seus representantes legais e suas “opções sexuais”, e, os respectivos clubes de futebol pra quem torcem [incluindo o Mengo - Men (homem) – go (vá) – sacado por nosso Ziraldo rs – pondo em prática o tratamento de iguais com igualdade, e o desiguais com desigualdade...

O que fazer com tudo isto, e como? Não tenho a menor ideia! Isto é “problema” dos legisladores, psicólogos, sociólogos...

Rodolfo Thompson
Enviado por Rodolfo Thompson em 18/05/2012
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