Marília, cerveja e a madrugada
Ela sempre toma a atitude de me convidar para beber cerveja no Chagas, eu sempre digo que prefiro conhaque, mas bebo cerveja se ela quiser.
Um casal já está à mesa, namoram, trepam, sei lá...sua prima tem olhos azuis ingênuos, diferentes dos seus: verdes corrompidos, maliciosos, não obstante seus vinte anos.
O centro das atenções aqui, já chega dizendo suas velhas frases prontas "todo homem deve ter uma doença venérea, uma coceira persistente nas bolas ou um pouco de pus escorrendo do vergalhão". Risadas. Outros bebedores escutam nossa conversa, cochicham, "o careca é metido a filósofo" penso ter escutado, " a loirinha quer dá prá ele" ouço da mesa ao lado, desta vez nítido.
O diabo é que quero o que não posso ter: sua prima, olhos azuis ingênuos, a prima de Marília...fomos embora, não sem antes conhecer as histórias do egípcio Cefas, eu não era o único de frases feitas na mesa, hahaha, muito engraçado Cefas, quem come mulheres contando mentiras é o papai aqui. Agora fomos embora de verdade.
Eu e Marília nos beijamos, beijo de quem bebeu cerveja, meio lento meio rápido e salivado. Acaricio suas costas por debaixo da blusa de algodão, ela treme, fala baixinho que tem tesão por mim. Já sabia, qualquer um já sabia!
"eu quero te chupar meu amor" digo a ela. "aqui, na entrada do prédio, debaixo das janelas dos vizinhos?" "sim".
Levanta a blusa lentamente, e chupo seus peitos miúdos, como de uma lolita, carocinhos ainda...mas quão insinuantes e destemidos!
As estrelas brilhavam mais azuis naquela madrugada, o vento quente nos enlevava e eu queria recitar poesias sacanas, não me deu bola, por alguma razão Marilinha se irritou, baixando a blusinha de algodão subiu em disparada até seu apartamento*, me deixou só.
Pensei no quão avariado era o toutiço dessa garota. Mas isso eu já sabia. Qualquer um já sabia!
* sóbrio, lembrei de ter dito a ela (quando bebo fico terrivelmente sincero) que o diabo era que eu tinha tesão na sua prima, olhos azuis ingênuos, por isso se foi.