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Por quanto tempo, ainda avalio, o homem precisa do perdão para continuar a ser guia de si mesmo.
Precisam, tantos, de ganchos, de vara e linha, de suportes e vias...nos fundílhos... nos colarinhos...nas barras da saia... nas compras e bolhas.
Perdão é para os fortes, dizem os ditos populares e náufragos da hierarquia... Então, supõe-se que ser perdoado é apenas para os fracos.
Pula-se de galho em galho... Numa balança em busca de ser ora arbitrário, ora digno...
Por que colocamos escadas nas ações?... se misturados são os atos.
O perdão ganhou o tonus de liberdade... faz-se o dano... liga-se os olhos aos céus ou ao outro e pede-se perdão... Vem o de fora, lança as mãos apoderadas e nos salva de nós mesmos...
Até quando?... reflexão.
Ontem mesmo, pensei no quanto ainda somos crianças em plena concretude das idades... Tornei-me aos atos falhos de um id avaliado... torci-me em lascas do que eu pensei que era a verdade...
São tantas as possibilidades, são tantas as voltas de uma sociedade, que o homem atingiu o alto grau de libertar-se das responsabilidades de acordo com a direção que lhe agrada... Depois, basta voltar atrás.
Cercado, o homem, ganha a nunce de grama... compra, mede, arrasta e suspira por entre os dedos... depois, se enterra na mesma.
Por quanto tempo, ainda, teremos nos olhos a decisão dos demais... ora para começarmos, ora para terminarmos... Ora para perdoarmos, ora para sermos perdoados...
Precisamos mesmo pautar nossas vidas nas telhas de vidro dos que nos perdoam?... Precisamos de correntes que viram pilhas carregadas de flechas adormecidas...
Adormecem os que avaliam... Vegetam os que nos afloram o asco e o medo... Apodrecem em vida os que tentam ser da escala o maior degrau... Escravos de amarras criadas para justificar coisas passadas.
A cada dia, o homem deveria ser mais aquém de si mesmo, não ficar vislumbrando o que nem faz parte do seu circuito de sangue e vida...
Aproximo a luz, quando preciso enxergar de outra maneira...Cumpro a lei do meu coração... Porque só ele e para ele são os laços divinos e paridos da minha circulação
Já percebi que a escada se vista de baixo atiça ser olhada de cima... e o perdão, ou olhar de "pobre coitado", é da categoria desta análise o mais ditatorial e hipócrita... Porque ninguém, nesse mundo, é capaz de ignorar as pérolas do resultado ao sentir-se perdoando alguém. Vangloria-se e vomita-se o que os outros ditam... Méritos e migalhas das sobras e sombras de um pensamento soberbo.
Enfim, uma crônica para falar do medo de não seguir as próprias pegadas... para falar do perdão vistado e grosso... Para falar do gosto que tem a vida sem tantas armadilhas do "dever a quem"...
18:36