CUIDAR DESCUIDADO – Parte II

Cheguei na creche e fiquei mais desesperado, porque parecia que estava toda fechada. Meus Deus que teria acontecido com a minha irmãzinha, será eles tinham deixado em algum lugar. Apertei a companhia e bati no portão, até que apareceu o vigia da creche:

- Boa Noite. – disse ele.

- Boa Noite. Será que o Senhor sabe alguma de uma menininha que ficou aqui na Creche?

- Você é parente dela? O que aconteceu? Onde vocês estavam? Ela ficou aqui até as 21:30h e estava chorando muito.

- Mas moço o que aconteceu com ela, por favor?

- Ela foi levada pelo Conselho Tutelar.

- Mas, para onde eles levaram?

- Eu não sei não.

Completamente desesperado fui até o Conselho Tutelar, e não havia ninguém. Voltei para casa e eles estavam dormindo, dormindo não!! Desmaiados!!! Tive que esperar o dia amanhecer, não conseguia pregar o olho preocupado com minha irmã. Finalmente amanheceu o dia e eles acordaram:

- Pai, como o senhor pode esquecer a Nina na Escola? – gritei indignado.

- A culpa é sua, eu não tenho que me preocupar com pegar ninguém na Creche. E outra coisa, eu esqueci, todo mundo esquece uma alguma coisa. – Ele falava com muita raiva apontando para mim.

- Minha irmã não é uma coisa, ela uma pessoa e sua filha. Um pai responsável que ama a sua filha não a esquece.

Quando falei isso, levei tapa no rosto e um empurrão, e ele pulo em cima de mim dizendo:

- Seu pirralho, cala a tua boca ou eu vou arrebentar os seus dentes, você não sabe nada da vida e fica ai tentando jogar a culpa em mim por você não ter cuidado direito da sua irmã.

Minha mãe olhou para ele e não conseguia dizer uma palavra, mas no seu olhar dava para ver a indignação e ódio pelo meu pai, só que não tinha a coragem de dizer nada.

Fiquei completamente desorientado, muito chateado e triste com aquela situação. O pior de tudo que ele simplesmente estava fazendo, tomando café bem calmamente sem se preocupar com ela.

Minha mãe me pediu para leva-la no Conselho Tutelar, saímos correndo de casa e fomos ao conselho tutelar para saber onde eles teriam levado a minha irmã, quando chegamos lá e conversamos com a conselheira que nos disse que para devolver a guarda da Nina era um pouco burocrático e que o juiz que tinha que autorizar. Ela nos indicou o lugar e disse que poderíamos vê-la, mas que por enquanto ela teria de ficar lá.

Fiquei completamente transtornado, minha irmã em um lugar que ela não conhece, sendo cuidada por pessoas completamente desconhecidas. Como eu poderia ajuda-la? Chegamos ao abrigo em quem encontramos brincando no play groud? A minha irmãzinha, ela veio até nós e deu um abraço muito forte e disse:

- Quando vou embora?

- Já estamos vendo para você sair daqui, minha princesa. – disse.

Ficamos um pouco com ela e corremos até o conselho, que nos marcou uma audiência dali a três dias. Durante esses três dias fiquei visitando a minha irmãzinha, e a minha mãe ficou limpa não tomando drogas e não colocando uma gota de álcool na boca, porque sabia que teria que falar com o juiz. Tudo isso mostrou que minha mãe realmente não é uma má pessoa e era minha esperança para ela pudesse parar com as drogas.

Chegou o dia e fomos na audiência e infelizmente não pude entrar, depois de umas três horas elas saíram as duas, a Nina contente e saltitante, me deu um enorme abraço e um grande beijo e me disse que me amava.

ANTONI DI VANELLA
Enviado por ANTONI DI VANELLA em 17/05/2012
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