INCÓGNITAS
Nascimento e morte são extremos da vida. Com o primeiro penetramos na realidade tangível sem saber ao certo de onde viemos, a não ser a certeza do útero de nossa mãe. Com o segundo fechamos as cortinas da nossa atuação no mundo físico sem saber ao certo para onde vamos, a não ser aquilo que nossa crença vislumbra. São incógnitas que o homem carrega desde que se descobriu como ser pensante. A vida que se processa entre esses dois limites também tem muito de incógnita, uma vez que não sabemos com certeza absoluta o que pode acontecer no momento seguinte.
Se a vida é o meio, limitado por extremos indevassáveis ainda à compreensão humana, o que acontece nela é o que importa. Afinal, ela é o que temos de concreto. É nesse meio que construímos nossa história, que aprendemos com as conquistas e derrotas, que adquirimos elementos para nosso crescimento como seres espirituais em constante evolução. É no meio dessa estrada finita que arrumamos nossa bagagem rumo ao infinito. É nesse meio chamado vida que fazemos as malas para embarcar no último trem que nos levará, através da morte física, à verdadeira vida do ser.