Pais, avós - Responsabilidades Trocadas

Pais ausentes, avós presentes. Um jogo de responsabilidades e deveres onde cada um deveria ser protagonista de seu papel, mas infelizmente a frase distorce da realidade e vivemos em tempos numa distorção, anulação de papeis tão importantes que determinam figura de autoridade espelho em uma relação.

Alguns dizem que avós são pais com açúcar, e em contraste a isso existem muitos pais cujo açúcar é ausente e o sal pondera, anulam-se do seu papel e outorgam aos avós “doces”. Algum tempo, havia um hit que dizia “cada um no seu quadrado”, uma frase simples, porém carregada de verdade, somos pais, filhos, companheiros e devemos assim ser legítimos e fies aos nossos papeis, ocupar os “nossos quadrados” em uma relação.

Quando falo disso, de responsabilidades trocadas, lembro dos avós que custeiam a pensão alimentícia aos netos, na ausência da figura paterna que não contribui com valores financeiros, tão pouco valores de afeto, estes que são essências. Ou até mesmo, outros que rumam ao desconhecido e deixam aos avós seus filhos.

Um pai, uma mãe, estes devem sempre estar presentes na vida de seus filhos. Claro e obviamente, que não se é necessário viver para os filhos, tem que se viver é para a vida! E aquele que bem vive a vida, sabe qual a importância da ligação pai e filho, da significância desta relação. Não podemos nos martirizar em frente, porque fomos ausentes e não houve doação, temos que nos colocar no hoje, em tempo de realizarmos o queremos com os nossos filhos, pais, amigos... Em fim, aqueles que configuram uma relação boa, onde o tempo parece não passar, mas saibam: PASSA e muito depressa.

Dizem alguns que o tempo é capaz de curar uma ilusão, de apontar e corrigir os erros, de nortear as soluções, mas dizem que este tempo custa chegar. E eu, como não vivo de espera, e aliás, não gosto de esperar, vou vivendo neste meu tempo que se perfaz no hoje. Corrigindo, errando, aprendendo, aqui, agora. Na crônica “O centro das atenções” a escritora gaúcha Martha Medeiros diz que o tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções.

Vamos viver no nosso tempo, deixar os avós cumprirem com seu papel de doçura, com direito de serem apenas avós. Os pais de serem coerentes com o que lhe foi outorgado. E assim configurar uma relação familiar saudável para todo tempo. Vamos é aproveitar cada 24 horas de um dia, executando nossos papeis, valorizando as pessoas que temos por perto, assim dando dignidade para o tempo que ainda nos resta. Siga exemplos, mas se permita ser exemplo. Não pense em fazer igual, pense em fazer melhor.

Deivith Camargo
Enviado por Deivith Camargo em 16/05/2012
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