É sempre assim... Eu quase nunca consigo dizer o que se passa. Ficarei felicitado se ao menos parte chegue ao entendimento ansiado. Queria muito que você estivesse aqui. Gostaria se você fosse um dos leitores.
Eu entendi, depois de duras provas, que amar exige-nos o desconhecido. E o desconhecido é um universo particular, uma centelha da vida tão pessoal, dissociável do Eu de cada um.
Isso não é meu, também não é de ninguém... Só sei que ouvi dizer que o amor é como uma droga que nos dão sem ao menos esperar algo em troca. É dado, oferecido mesmo! E basta que essa substância corra pelas veias e estremeça o pulsar despreocupado do coração para ter se tornado um viciado.
No outro dia espera-se mais. E mais! Nessa altura do campeonato vive-se a entrega. O abandono. O despojamento. E assim, no susto, o gratuito passa a ter um preço; um preço impagável. Tornamos-nos reféns. E quando não se tem com que pagar, quando não se sabe do jogo e não reconhece suas regras... O amor deixa de existir.
Deixou de existir?!
Já experimentou falar isso para quem se percebe dependente?
Nem eu!
Apenas suponho ser uma tarefa árdua.
Se você me perguntasse, ouvir-me-ia dizer do início incrível. Eu não esperava a sua chegada; na verdade era tamanho o cansaço. Havia tomado aquela sombra como uma parada estratégica, como um fôlego que devolve ar aos pulmões tão incomodados pela poeira da estrada. Acho que eu ainda estaria lá se você não tivesse passado, estendido a mão e aceitado o meu convite.
Acostumo-me rápido. Eu sou assim... Intenso; percebeu?!
Demos alguns passos. E fui apresentado a cenários novos. Línguas novas, rostos nunca antes vistos. Ouvi palavras. Gostei! Escutei promessas. Acreditei! Recebi flores. Plantei! E o que colhi não passaram de folhas envelhecidas pela arte da mentira.
Pego-me sendo repetitivo. É como tomar o café requentado todo começo de dia. Chega uma hora que o gole é frio.
Foram pra você as vozes de protesto. Os gritos mudos. As lágrimas piedosas que se multiplicaram como devota em procissão. O medo trêmulo como se fosse uma criança assustada. Ainda assim você se foi.
Você não ficou mesmo depois de ter visto as minhas cicatrizes. De ter lido o memorial triste de minhas decepções. Mesmo após, ter sido o ouvido das minhas confidências. O cofre dos meus segredos. O manuscrito onde eu escrevia e contava do receio de outra vez ser sabotado. Ainda assim você se foi e amassou o que pra mim era um mapa. E eu não sei pra onde ir...
Leia.
É o mesmo que contemplar a face de um desfigurado dependente.
Ainda não consigo entender qual é da vida. A palavra do momento continua sendo MEDO e mesmo tendo assentado a poeira, agora ela é uma crosta parecida com casca de ferida. Por isso, ainda dói. Por isso, ainda não passou.
Eu sei! Os mais sábios já me disseram... Nada fica! Muito já se passou e eu nem soube da sua existência. Mas, até lá eu preciso fazer alguma coisa. Trabalhar demais? Cansa. Estudar demais? Emburrece. Fugir? Tentador, porém não sou covarde. Um outro amor? Talvez, e... O medo?!
Um novo amor. Tem-se um novo amor? Sim!
Pensei que os amores fossem velhos...
É preciso comprar alguns bilhetes para tentar ganhar na loteria. Eu tentei. Não deu; não vingou. Na realidade, isso tudo não passou de possibilidades inéditas para leituras, oportunidade para novas conjugações.
Cuidar de mim.
Abrir uma fenda na caverna.
Olhar para dentro.
Vigiar o pensamento.
Entender a pedagogia da vida.
Perdoar como um prêmio do tempo.
Rezar pra, se Deus quiser, tudo dá certo.
Amar... Quando for a hora...
Ou seria, quando a hora chegar?!
É o momento da ruína; também pessoal, indivisível. E se não me encontrar... “Diz que fui por aí, diz que fui por aí”. De certo, procurar uma palavra que me defina, enfim!
Imagem: Fonte: gocarisma.com.br
Eu entendi, depois de duras provas, que amar exige-nos o desconhecido. E o desconhecido é um universo particular, uma centelha da vida tão pessoal, dissociável do Eu de cada um.
Isso não é meu, também não é de ninguém... Só sei que ouvi dizer que o amor é como uma droga que nos dão sem ao menos esperar algo em troca. É dado, oferecido mesmo! E basta que essa substância corra pelas veias e estremeça o pulsar despreocupado do coração para ter se tornado um viciado.
No outro dia espera-se mais. E mais! Nessa altura do campeonato vive-se a entrega. O abandono. O despojamento. E assim, no susto, o gratuito passa a ter um preço; um preço impagável. Tornamos-nos reféns. E quando não se tem com que pagar, quando não se sabe do jogo e não reconhece suas regras... O amor deixa de existir.
Deixou de existir?!
Já experimentou falar isso para quem se percebe dependente?
Nem eu!
Apenas suponho ser uma tarefa árdua.
Se você me perguntasse, ouvir-me-ia dizer do início incrível. Eu não esperava a sua chegada; na verdade era tamanho o cansaço. Havia tomado aquela sombra como uma parada estratégica, como um fôlego que devolve ar aos pulmões tão incomodados pela poeira da estrada. Acho que eu ainda estaria lá se você não tivesse passado, estendido a mão e aceitado o meu convite.
Acostumo-me rápido. Eu sou assim... Intenso; percebeu?!
Demos alguns passos. E fui apresentado a cenários novos. Línguas novas, rostos nunca antes vistos. Ouvi palavras. Gostei! Escutei promessas. Acreditei! Recebi flores. Plantei! E o que colhi não passaram de folhas envelhecidas pela arte da mentira.
Pego-me sendo repetitivo. É como tomar o café requentado todo começo de dia. Chega uma hora que o gole é frio.
Foram pra você as vozes de protesto. Os gritos mudos. As lágrimas piedosas que se multiplicaram como devota em procissão. O medo trêmulo como se fosse uma criança assustada. Ainda assim você se foi.
Você não ficou mesmo depois de ter visto as minhas cicatrizes. De ter lido o memorial triste de minhas decepções. Mesmo após, ter sido o ouvido das minhas confidências. O cofre dos meus segredos. O manuscrito onde eu escrevia e contava do receio de outra vez ser sabotado. Ainda assim você se foi e amassou o que pra mim era um mapa. E eu não sei pra onde ir...
Leia.
É o mesmo que contemplar a face de um desfigurado dependente.
Ainda não consigo entender qual é da vida. A palavra do momento continua sendo MEDO e mesmo tendo assentado a poeira, agora ela é uma crosta parecida com casca de ferida. Por isso, ainda dói. Por isso, ainda não passou.
Eu sei! Os mais sábios já me disseram... Nada fica! Muito já se passou e eu nem soube da sua existência. Mas, até lá eu preciso fazer alguma coisa. Trabalhar demais? Cansa. Estudar demais? Emburrece. Fugir? Tentador, porém não sou covarde. Um outro amor? Talvez, e... O medo?!
Um novo amor. Tem-se um novo amor? Sim!
Pensei que os amores fossem velhos...
É preciso comprar alguns bilhetes para tentar ganhar na loteria. Eu tentei. Não deu; não vingou. Na realidade, isso tudo não passou de possibilidades inéditas para leituras, oportunidade para novas conjugações.
Cuidar de mim.
Abrir uma fenda na caverna.
Olhar para dentro.
Vigiar o pensamento.
Entender a pedagogia da vida.
Perdoar como um prêmio do tempo.
Rezar pra, se Deus quiser, tudo dá certo.
Amar... Quando for a hora...
Ou seria, quando a hora chegar?!
É o momento da ruína; também pessoal, indivisível. E se não me encontrar... “Diz que fui por aí, diz que fui por aí”. De certo, procurar uma palavra que me defina, enfim!
Imagem: Fonte: gocarisma.com.br