UMA MULHER CHAMADA VAN

Velho costume de velhos acostumados a tudo o que carregou por tempos afora. Meu neto me corrige sobre aquilo que deixou o nome no passado e, agora, rebatizado, revestido de nova roupagem, se nos apresenta como totalmente novo. É o caso da "jardineira" que virou ônibus, do "barbeiro" que agora é cabeleireiro, do Brasil que não é mais Estados Unidos do Brasil, mas, República Federativa do Brasil, e assim por diante. Então, alguém grita lá de traz, não é “Kombi “ é "Van"! Aí me dou conta de que fazia coro com uma porção de gente a falar o nome errado: “cômoda”, “combida”, outros vocábulos mais.

VAN é a nova designação no Brasil, para a categoria de veículos automotores de transporte de passageiros, em torno de dezoito. Praticamente, com a mesma capacidade da Kombi. E, é também, o nome de batismo de pessoa que, pessoalmente, conheci, sem ter a exata noção de que pudesse carregar tanto peso pela vida. Levava consigo, pela mão, uma porção de filhos, ainda pequenos, afora o que estava no seu próprio ventre, preste a vir ao mundo. Carregava, ainda, as afrontas do marido bêbado, que a chamava de espaçosa, e por outros adjetivos elevados ao cubo, o quanto pudesse uma VAN, comportar. Vivia a penar aguentando o peso de suas 10 @, nem tão bem equilibrados como na sua homônima.

Fosse comigo teria renunciado a tudo, voltaria a ser a antecessora, com um menor espaço e capacidade de carga. Ruim é ser VAN!

Brasília, 15/05/12 - abello