CHEIRADOR DE COLA

O povo não tem raiva de criminosos, pois até gostam, babam ou votam em empresários inescrupulosos, juízes ladrões e deputados corruptos, respectivamente. O povo tem nojo mesmo dos marginais “pé no chão” cheiradores de cola, batedores de carteira e assaltantes de bancos, farmácias e lojas.

Numa sociedade hipócritas cadeia não foi feita pra bandido, mas sim para marginais. Enquanto isso, os bandidos graúdos ficam soltos por aí desfrutando do luxo.

O que não podemos é confundir criminoso com marginal. Até porque, juízes doutores que vendem sentenças ou executivos com MBA até na casa do caralho que desviam dinheiro público não são marginais; já o trombadinha que assalta a patricinha é um marginal. Um excluído social. E a diferença entre aquele juiz e o trombadinha é que um prende e o outro é preso.

Também acabe com essa ideia de que só o pobre é criminoso e burro. Não! Tem muito deputado, juiz e executivo pós-doutores roubando pra dedéo.

O povo não tem raiva de criminosos, mas sim de marginais. Esta é a grande HIPOCRISIA!

Nem todo pobre é criminoso, assim como nem todo criminoso é pobre. Da mesma forma, nem todo criminoso é marginal, mas todo marginal é criminoso.

Expresso aqui marginal no seu sentido mais pejorativo possível.

Por isso afirmo sem medo: antes a miséria honesta à riqueza corrupta. Pois a miséria honesta é como a masturbação, me fodo sozinho. E a riqueza corrupta é prostituição, um bacanal de canalhas fodendo um monte de gente decente.

Você sabe qual é a diferença entre uma favela e uma prefeitura? Na prefeitura tem muito mais mendigo e bandido.

Eu já disse, não confunda criminoso com marginal.

Agora vem o pior de tudo. Perceba o exemplo do mais uma projeção dessa hipocrisia: pois bem, se você é um policial e mata o bandido, o povo tem pena do meliante e te critica, mas se você mata o bandido que invadiu tua casa, o povo aplaude.

Foi sempre assim: o povo prefere os justiceiros, não os homens justos; prefere a vingança, não a punição.

Trecho do livro "UM MANIFESTO TEÓRICO À HIPOCRISIA DO PODER”.