Estamos na última semana do tempo pascal. Fui participar da eucaristia dominical no mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro... É um tempo de “curtição” que incita a viver o hoje de Deus. Para mim o tempó pascal é uma coisa vivencial sem ritos e liturgias.
No 6º domingo da Páscoa é sempre lido o evangelho de João 15, 9-17, que traz duas vezes as palavras de Jesus na ceia: “Eu vos dou um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei e o Pai me ama”.
Às vezes me ocorre que esse tipo de palavra já nem pega mais. Como se diz em gíria: enche o saco. Fala-se tanto em amor, amor, e o que se vê é diferente. As próprias Igrejas cristãs que afirmam vir de Jesus dão a impressão de preferir o poder ao amor. E o mundo nem se fala! Não que eu seja implicante...
Lembro um texto de Camus: “Se eu escrever um livro sobre ética, escrevo um livro de cem páginas, deixo 99 em branco e na primeira escrevo: a ordem é amar. E pronto. Toda a ética está explicada”.
O problema (não que eu seja implicante) é que não é possível se mandar amar. Amor não é objeto de lei e mesmo o mandamento de Jesus soa um tanto estranho. Uma coisa é pedir amor, oferecer amor. propor amor. Mas ordenar que se ame? É meio estranho. Principalmente se a compreensão do amor que temos é amor como sentimento ou emoção da paixão. Sei lá! Minha mente não alcança!
Penso que o amor do qual Jesus fala é diferente. Pode ter esse sentimento chamado Eros em grego, mas é fundamental a opção de amar. É o fato de colocar o amor como uma espécie de princípio de vida que norteie todo o nosso modo de ser e de se relacionar. Não é somente um sentimento afetivo, más é principalmente uma escolha de vida: uma diretriz que damos ao nosso modo de ser e viver. Nesse enfoque até dá para admitir uma ordem de amar e a vida se transforma É algo belo, profundo, instigante e místico. É na mística que as religiões, mesmo as mais diversas, se encontram e se assemelham em profundidade. Entre nós, no Ocidente, a mística recebeu uma concepção de experiência interior fora do comum, extraordinária, de tal forma distorcida que o místico passou a ser uma pessoa excepcional. E não é. A mística está ao alcance de todos e qualquer pessoa por mais simples que seja pode viver o mais profundo do misticismo. Uma mística muçulmana escreveu: “Amo-te com dois amores: um amor apaixonado e um amor digno de ti. O amor apaixonado é não pensar em nada separado de ti e ver tudo em ti. Mas o amor de que só tu és digno é que te desvendes a mim e que eu te veja. Nenhum louvor para mim, tanto em um como em outro. A ti se deve tanto um como o outro” (Rabi´a).
No 6º domingo da Páscoa é sempre lido o evangelho de João 15, 9-17, que traz duas vezes as palavras de Jesus na ceia: “Eu vos dou um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei e o Pai me ama”.
Às vezes me ocorre que esse tipo de palavra já nem pega mais. Como se diz em gíria: enche o saco. Fala-se tanto em amor, amor, e o que se vê é diferente. As próprias Igrejas cristãs que afirmam vir de Jesus dão a impressão de preferir o poder ao amor. E o mundo nem se fala! Não que eu seja implicante...
Lembro um texto de Camus: “Se eu escrever um livro sobre ética, escrevo um livro de cem páginas, deixo 99 em branco e na primeira escrevo: a ordem é amar. E pronto. Toda a ética está explicada”.
O problema (não que eu seja implicante) é que não é possível se mandar amar. Amor não é objeto de lei e mesmo o mandamento de Jesus soa um tanto estranho. Uma coisa é pedir amor, oferecer amor. propor amor. Mas ordenar que se ame? É meio estranho. Principalmente se a compreensão do amor que temos é amor como sentimento ou emoção da paixão. Sei lá! Minha mente não alcança!
Penso que o amor do qual Jesus fala é diferente. Pode ter esse sentimento chamado Eros em grego, mas é fundamental a opção de amar. É o fato de colocar o amor como uma espécie de princípio de vida que norteie todo o nosso modo de ser e de se relacionar. Não é somente um sentimento afetivo, más é principalmente uma escolha de vida: uma diretriz que damos ao nosso modo de ser e viver. Nesse enfoque até dá para admitir uma ordem de amar e a vida se transforma É algo belo, profundo, instigante e místico. É na mística que as religiões, mesmo as mais diversas, se encontram e se assemelham em profundidade. Entre nós, no Ocidente, a mística recebeu uma concepção de experiência interior fora do comum, extraordinária, de tal forma distorcida que o místico passou a ser uma pessoa excepcional. E não é. A mística está ao alcance de todos e qualquer pessoa por mais simples que seja pode viver o mais profundo do misticismo. Uma mística muçulmana escreveu: “Amo-te com dois amores: um amor apaixonado e um amor digno de ti. O amor apaixonado é não pensar em nada separado de ti e ver tudo em ti. Mas o amor de que só tu és digno é que te desvendes a mim e que eu te veja. Nenhum louvor para mim, tanto em um como em outro. A ti se deve tanto um como o outro” (Rabi´a).