FELIZ DIA DAS MÃES!!!
O texto abaixo foi escrito por meu filho, Mateus Luz, como presente de Dia das Mães. Meu presente. Meu amor.
***************
Assim que eu abri os olhos pela primeira vez, pouca consciência eu tinha do que estava acontecendo ou poderia vir a acontecer. Eu chorei porque a realidade que encontrei exigia muito de mim e eu não era capaz de assimilar tantas sensações. Eu chorei porque com o pouco que eu entendi daquele ambiente eu já pude ter medo. Medo de ter que enfrentar esse novo mundo desconhecido e aparentemente tão perigoso com um corpo tão frágil e com uma imaturidade tão evidente.
A primeira coisa boa que me aconteceu foi um abraço. Foi o meu primeiro abraço. Nele eu me senti confortável e naquele momento foi fácil ignorar o mundo hostil. Pouco importava onde eu estava, quem ou o que eu era. Foi muito fácil ignorar minha insignificância e minha fragilidade. Nos braços da minha mãe eu estava seguro.
Durante toda minha infância carreguei comigo esta segurança como um troféu, consciente de que mesmo quando a realidade fosse terrível, havia sempre um abraço pra me confortar. É lógico que as repressões dos meus medos nem sempre vinham sob a forma de um abraço. Às vezes vinham sob a forma de um band-aid quando eu me cortava, outras vezes um beijo quando eu caía ou um carinho quando ficava doente. E assim foi uma infância muito feliz.
À medida que eu fui crescendo, a minha maturidade foi se desenvolvendo e a minha percepção do mundo se tornou mais realista. Colocar um casaco já não era suficiente pra me proteger de qualquer mal, um cafuné já não bastava para eu superar minhas derrotas, o beijo no machucado já não era mais capaz de curar todas minhas dores. Eu cresci e já não cabia mais no seu abraço.
Hoje tenho plena consciência da minha situação neste mundo. Eu continuo insignificante e frágil. Não mais diante da sala de parto, mas diante de um universo muito maior. E sei que você já não pode me confortar em relação a isso. Mas isso não importa mais. O que importa de verdade é algo muito maior. O que realmente importa é a vida que você me deu. É a possibilidade que você me deu de poder promover mais vida com a vida que me foi dada. O que importa é a esperança que você depositou em mim de que a minha contribuição para a vida acabasse sendo a sua também.
Então todas minhas realizações. O respeito que eu mantenho pelas pessoas. A alegria que eu promovo para meus amigos. O cuidado que eu tenho com minha família. A dedicação que eu possuo com a vida. Tudo. Extremamente tudo eu dedico a você. Tudo isso eu faço porque você me permitiu fazer. Eu faço com a esperança de que seja o que no fundo você sempre quis que eu fizesse. Eu faço sabendo que você continua em mim e eu continuo por você.
Mateus Luz Ruela
Meu presente e tb de Amanda Luz e Isadora Luz.
Te amo. Feliz dia das Mães.
De: Mateus Luz Ruela
O texto abaixo foi escrito por meu filho, Mateus Luz, como presente de Dia das Mães. Meu presente. Meu amor.
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Assim que eu abri os olhos pela primeira vez, pouca consciência eu tinha do que estava acontecendo ou poderia vir a acontecer. Eu chorei porque a realidade que encontrei exigia muito de mim e eu não era capaz de assimilar tantas sensações. Eu chorei porque com o pouco que eu entendi daquele ambiente eu já pude ter medo. Medo de ter que enfrentar esse novo mundo desconhecido e aparentemente tão perigoso com um corpo tão frágil e com uma imaturidade tão evidente.
A primeira coisa boa que me aconteceu foi um abraço. Foi o meu primeiro abraço. Nele eu me senti confortável e naquele momento foi fácil ignorar o mundo hostil. Pouco importava onde eu estava, quem ou o que eu era. Foi muito fácil ignorar minha insignificância e minha fragilidade. Nos braços da minha mãe eu estava seguro.
Durante toda minha infância carreguei comigo esta segurança como um troféu, consciente de que mesmo quando a realidade fosse terrível, havia sempre um abraço pra me confortar. É lógico que as repressões dos meus medos nem sempre vinham sob a forma de um abraço. Às vezes vinham sob a forma de um band-aid quando eu me cortava, outras vezes um beijo quando eu caía ou um carinho quando ficava doente. E assim foi uma infância muito feliz.
À medida que eu fui crescendo, a minha maturidade foi se desenvolvendo e a minha percepção do mundo se tornou mais realista. Colocar um casaco já não era suficiente pra me proteger de qualquer mal, um cafuné já não bastava para eu superar minhas derrotas, o beijo no machucado já não era mais capaz de curar todas minhas dores. Eu cresci e já não cabia mais no seu abraço.
Hoje tenho plena consciência da minha situação neste mundo. Eu continuo insignificante e frágil. Não mais diante da sala de parto, mas diante de um universo muito maior. E sei que você já não pode me confortar em relação a isso. Mas isso não importa mais. O que importa de verdade é algo muito maior. O que realmente importa é a vida que você me deu. É a possibilidade que você me deu de poder promover mais vida com a vida que me foi dada. O que importa é a esperança que você depositou em mim de que a minha contribuição para a vida acabasse sendo a sua também.
Então todas minhas realizações. O respeito que eu mantenho pelas pessoas. A alegria que eu promovo para meus amigos. O cuidado que eu tenho com minha família. A dedicação que eu possuo com a vida. Tudo. Extremamente tudo eu dedico a você. Tudo isso eu faço porque você me permitiu fazer. Eu faço com a esperança de que seja o que no fundo você sempre quis que eu fizesse. Eu faço sabendo que você continua em mim e eu continuo por você.
Mateus Luz Ruela
Meu presente e tb de Amanda Luz e Isadora Luz.
Te amo. Feliz dia das Mães.
De: Mateus Luz Ruela