Tempos de Infância.
Meus tempos de infância foram gostosos...não havia tanta gente...o mundo era menor. No quintal tinha fruta,muita fruta. Na ladeira,minha rua,poucos carros,muitas brincadeiras de até ralar os joelhos.Carrinhos de roleimâ!!! Lá embaixo,ao pé da serra,ficava um vale com um rio serpente. Tortuoso feito conversa de mineiro,também pudera!,descia o rio bem na divisa com Minas. Do alto da serra pouco se via- as nuvens não deixavam. Por isso,os índios deram o nome de Mantiqueira:Lugar onde a Nuvem descansa. Nós,moleques,não descansávamos. Quando as águas baixavam na várzea e o verde se espraiava,a gente ia atrás dos cavalos.As éguas paridas eram arredias,defendiam os filhotes. E nós nos deleitávamos. Prá criança o mundo é belo! E é. Jacus,nhambus,frangos-d*água,garça da preta,da branca,da vermelha,martim pescador,quero-quero,gavião carijó,rolinha,anum,pássaro preto,tisiu,saíra,tico-tico,coleirinha,joão-de-barro,vira-bosta,coruja mocho,cardeal,canarinho,pintassilgo,sanhaço, até urubu na baixa das águas. A imaginação do menino voava com todos esses pássaros. Era uma festa de cores e asas. A Felicidade é uma questão de momentos. A Realidade é como a água do rio onde os meninos nadavam: está sempre mudando. O que não muda é nossa mente. Sempre presa ao:Penso,Logo Existo!!! Que bobagem...Isto é coisa de adulto.Não é de criança não.Pensar é coisa prá quem não tem tempo de viver a Vida.Criança simplesmente vive. O adulto fica como o cachorro querendo morder o rabo. Tenta,tenta,tenta... Talvez um dia ele consiga...não o cachorro,mas o Homem. E vai doer prá danado.