O MAL FEITO QUE ME DEIXOU MAL
Estava conversando com um cliente que me acompanhou até a rua e ficamos conversando, ele aposentado, quando passou outro amigo comum, também aposentado e também meu cliente, e eu que estava com um pouco de pressa, tive que ficar mais um pouco.
Conversas com clientes às vezes me deixam um pouco agitado; sou amigo de todos eles, mas cada um tem uma personalidade diferente então tenho que ser meio camaleão e me virar na afinação com pessoas das mais variadas têmperas e personalidades.
Não deixo transparecer, mas às vezes fico ansioso.
Então a conversa caminhava nesta linha quando vi dois andarilhos se aproximando e pensei comigo “já vamos ser interrompidos”, e automaticamente perder mais tempo, pois o papo rolava e eu aguardando a oportunidade apropriada para poder ir-me.
A princípio eles passaram direto, mexendo em alguma coisa ali perto, mas um acabou voltando e sem pedir licença ficou se alongando sem chegar ao ponto que já sabíamos qual seria.
E neste alongamento e nas explicações eu pedi para ele agilizar, "pois nós estávamos conversando", e ele então pediu se poderíamos dar dois reais.
Quem me conhece sabe que eu falaria isto para qualquer pessoa que agisse da mesma forma, não falei só por ele ser um andarilho, falei porque ele era um ser humano que não estava agindo com a devida educação
Nenhum dos meus amigos se coçou e eu também não, mas eu tinha trazido para mim a conversa.
Depois da nossa recusa eu vi com quem estava falando:
Ele foi aí de uma polidez nas colocações que me arrependi de não ter voltado atrás e dado algum dinheiro, mas passou.
Ele agradeceu mesmo assim e pediu desculpas, firmemente, pela sua indevida intromissão e numa impostação onde reconheci alguém falando com uma postura que já foi normal em algum tempo distante.
Por um lado esperei que a minha pequena impaciência, de repente, quem sabe, o levasse a um relampejo sobre a vida que estava levando e a um questionamento de porque não lutar por uma melhor.
E por outro, no fundo, eu o vi muito mais nobre do que eu tinha sido na passagem, e passei alguns dias me lembrando arrependido.
Neste nosso mundo qualquer pessoa tem algo a nos ensinar, basta prestarmos mais atenção, nem que seja para o exercício da nossa paciência e da nossa educação para uma futura nova oportunidade, como foi o caso.
www.hserpa.prosaeverso.net
"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' Roselis von Sass – www.graal.org.br
Estava conversando com um cliente que me acompanhou até a rua e ficamos conversando, ele aposentado, quando passou outro amigo comum, também aposentado e também meu cliente, e eu que estava com um pouco de pressa, tive que ficar mais um pouco.
Conversas com clientes às vezes me deixam um pouco agitado; sou amigo de todos eles, mas cada um tem uma personalidade diferente então tenho que ser meio camaleão e me virar na afinação com pessoas das mais variadas têmperas e personalidades.
Não deixo transparecer, mas às vezes fico ansioso.
Então a conversa caminhava nesta linha quando vi dois andarilhos se aproximando e pensei comigo “já vamos ser interrompidos”, e automaticamente perder mais tempo, pois o papo rolava e eu aguardando a oportunidade apropriada para poder ir-me.
A princípio eles passaram direto, mexendo em alguma coisa ali perto, mas um acabou voltando e sem pedir licença ficou se alongando sem chegar ao ponto que já sabíamos qual seria.
E neste alongamento e nas explicações eu pedi para ele agilizar, "pois nós estávamos conversando", e ele então pediu se poderíamos dar dois reais.
Quem me conhece sabe que eu falaria isto para qualquer pessoa que agisse da mesma forma, não falei só por ele ser um andarilho, falei porque ele era um ser humano que não estava agindo com a devida educação
Nenhum dos meus amigos se coçou e eu também não, mas eu tinha trazido para mim a conversa.
Depois da nossa recusa eu vi com quem estava falando:
Ele foi aí de uma polidez nas colocações que me arrependi de não ter voltado atrás e dado algum dinheiro, mas passou.
Ele agradeceu mesmo assim e pediu desculpas, firmemente, pela sua indevida intromissão e numa impostação onde reconheci alguém falando com uma postura que já foi normal em algum tempo distante.
Por um lado esperei que a minha pequena impaciência, de repente, quem sabe, o levasse a um relampejo sobre a vida que estava levando e a um questionamento de porque não lutar por uma melhor.
E por outro, no fundo, eu o vi muito mais nobre do que eu tinha sido na passagem, e passei alguns dias me lembrando arrependido.
Neste nosso mundo qualquer pessoa tem algo a nos ensinar, basta prestarmos mais atenção, nem que seja para o exercício da nossa paciência e da nossa educação para uma futura nova oportunidade, como foi o caso.
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"Não é o lugar em que nos encontramos nem as exterioridades que tornam as pessoas felizes; a felicidade provém do íntimo, daquilo que o ser humano sente dentro de si mesmo' Roselis von Sass – www.graal.org.br