PAPO DE BOTEQUIM
_ Zé...ô Zê, me dá outra pinga aí, ô!
- Vassuncê num acha que já bebeu demais sinhô?
_ Que é demais procê, Zé?
- Demais é quando vassuncê bebe, mais bebe tanto que nem sabe mais qual é o seu destino.
_ Destino? o que é destino Zé?
- Destino é o canto pra onde nóis vai depois da labuta.É a nossa casa, a tapera onde nóis mora, o barraco, o que vassuncê quiser dar nome.
_ Isso é destino Zé?
- É sim sinhô!
_ Ah! bão...eu pensava que destino era o que nós tínha que passar na Terra até o fim da vida.
- Isso também é destino sinhô, mas é um destino mais diferente pois este é da responsa de nosso sinhô.
_ Ahhh...então há dois destinos né Zé?
- E sim sinhô, e muitos mais se o sinhô quizé.
_ Tá bão Zé, entonces eu vou indo. Quanto devo?
- Cinco conto de réis sinhô.
_ Isso tudo Zé?
- É sim sinhô! a vida na Terra tá cara.
_ Entonces Zé, como é uma dívida da Terra, é da responsa do nosso sinhô ; vou deixar aí que ele paga.
Saiu sem pagar enquanto Zé resmungava:
- Êta destino ingrato este meu! Só me aparece gente pra me tapear, mas um dia meu destino vai mudar...ah! se vai!!
soninha