PAPO DE BOTEQUIM


_ Zé...ô Zê, me dá outra pinga aí, ô!
 
- Vassuncê num acha que já bebeu demais sinhô?

_ Que é demais procê, Zé?

- Demais é quando vassuncê bebe, mais bebe tanto que nem sabe mais qual é o seu destino.

_ Destino? o que é destino Zé?

- Destino é o canto pra onde nóis vai depois da labuta.É a nossa casa, a tapera onde nóis mora, o barraco, o que vassuncê quiser dar nome.

_ Isso é destino Zé?

- É sim sinhô!

_ Ah! bão...eu pensava que destino era o que nós tínha que passar na Terra até o fim da vida.

- Isso também é destino sinhô, mas é um destino mais diferente pois este é da responsa de nosso sinhô.

_ Ahhh...então há dois destinos né Zé?

- E sim sinhô, e muitos mais se o sinhô quizé.

_ Tá bão Zé, entonces eu vou indo. Quanto devo?

- Cinco conto de réis sinhô.

_ Isso tudo Zé?

- É sim sinhô! a vida na Terra tá cara.

_ Entonces Zé, como é uma dívida da Terra, é da responsa do nosso sinhô ; vou deixar aí que ele paga.

Saiu sem pagar enquanto Zé resmungava:

- Êta destino ingrato este meu! Só me aparece gente pra me tapear, mas um dia meu destino vai mudar...ah! se vai!!

soninha
Sônia Maria Cidreira de Farias
Enviado por Sônia Maria Cidreira de Farias em 12/05/2012
Reeditado em 15/05/2015
Código do texto: T3663057
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