FELIZ DIA DAS MÃES
No início da década de 90, em épocas próximas ao Dia das Mães ou ao Dia dos Pais, como Coordenadora Psicopedagógica do Colégio Cristo Rei, eu achava que a escola tinha de fornecer algo para os alunos entregarem aos seus genitores. Como não é sensato e nem correto funcionário algum ficar inventando grandes despesas para sua empresa, eu resolvi que todos os meninos levariam para casa uma espécie de cartão. Para tal bastava um folha de papel A4, uma poesia e uma arte bonita, criada pelos talentos de Salatiel dos Santos Ribeiro ou de Serginho Vieira.
Como a invenção era minha, também era a tarefa de buscar um texto legal para compor a lembrança. Nem sempre eu achava algo que me agradasse, por isso, durante cinco anos seguidos eu resolvi escrever versos de “pés quebrados” (é o máximo que eu sei fazer) e enviar aos pais dos alunos daquela escola, como se fossem seus filhos quem os tivessem escritos.
Não foi tarefa fácil no primeiro ano e muito menos nos anos seguintes, pois é demorado escrever rimando, e dificílimo redigir sobre o mesmo tema de formas diferentes. Com a coletânea abaixo, nesse Dia das Mães, quero homenagear todas que talvez tenham guardado os “cartões” daquela época, mas, sobretudo, estou homenageando você, meu leitor, enaltecendo o ventre o/a gerou (Não é que rimou?!!Rs,rs,rs..).
MÃE (1992)
Sua ternura me faz carinhoso,
Seu exemplo me ensina a amar,
Sua firmeza me faz seguro,
Sua força me ensina a lutar.
Com presentes ou sem presentes,
Com abraço ou uma flor
Receba o terno beijo
Deste produto do seu amor.
MÃE (1993)
Suas mãos ampararam meus primeiros passos,
Seu incentivo me deu espaço
Para crescer e vencer desafios,
Encarar obstáculos e evitar desvios.
Quem mais iria me acalmar
Em meus conflitos ou pirraças,
Se não você, mulher de raça,
Que me quis tão apenas para amar?
Colocados na balança
Os sentimentos que nos habitam,
Empatamos em perseverança
De recebermos ou espalharmos alegria.
E esta alegria, mãe querida,
É o que lhe desejo neste dia
E nos muitos que virão.
Prometo não mais deixá-la preocupada,
Quanto aos perigos da madrugada.
Receba o beijo sincero,
O reconhecimento eterno
De alguém que lhe ama de paixão.
MÃE (1994)
Pensam que só este Domingo é seu dia,
Que eu tinha que nascer da sua barriga.
Esquecem de quem me ama e me atura
Em momentos de rebeldia ou chatura,
Entendendo e aguardando
Minha metamorfose para adulto.
Ledo engano, insensatez consumista!
O seu dia é todo dia,
Porque seu amor é de outrora,
Independe de legitimidade ou de hora.
Sua paciência me conforta,
Fortalece e me faz entender,
Que sou feliz por ser fruto
Deste amor absoluto,
Que me ampara e impulsiona a crescer.
Aceite o meu beijo terno,
Meu reconhecimento sincero,
Reflexo puro de você.
MÃE (1995)
Quando mãos enormes nos separaram,
Protestei por frustração.
Saudades me aguardavam
De vizinhar teu coração.
O aconchego dos teus braços
Acalmou-me, mansamente ,
Fortaleceu nossos laços,
Éramos um, novamente.
Por algum motivo, é verdade,
Sei que trago comigo
A inconsciente saudade
Daquele primeiro abrigo.
Tal saudade é amenizada
Por verdade absoluta:
Células e atos iguais,
Somos diferentes? Jamais!
Não te aborreças se hoje
Só tenho abraços e beijos
Para externar tanto amor
E ratificar um desejo:
Deus proteja esta mulher querida,
Que doou seu coração ou seu ventre
Para povoar o mundo de GENTE
Que espalhará amor pela vida,
Porque nunca lhe foi diferente.
MÃE (1996)
Desejo que Deus permita,
Que tenhamos longa vida
Pra que eu possa lhe falar:
Você é a mais querida,
Porque escolheu me amar,
Mesmo fora da barriga.
Devo-lhe algumas palavras,
Há muito em minha alma caladas:
Obrigado pela sua aquiescência,
Sua insistência, minha existência.
Quando meus trôpegos joelhos
Tantas vezes foram ao chão,
Meu consolo eram seus beijos,
Minha bússola suas mãos.
Contigo aprendi o respeito,
Correção de caráter e perdão.
E perdão é o que lhe peço,
Por neste dia só ter:
Mãos limpas, peito aberto,
Um orgulho enorme de ser
Filho de gente mais bonita
Que as Cyndies Crawfords da vida.
Muito, muito mais linda,
Minha artista preferida...VOCÊ !