Literatura do Amanhã

É, tô no ano de 3020, mas não escondo de ninguém minha vontade de voltar para os velhos tempos e épocas em que o que se lia ainda era em papel, e de digitado, só havia livros novos. O bom da antiga literatura sumiu com o melhorar da tecnologia.

Tentaram me convencer que ela só melhora as coisas, mas neste futuro em que habito, posso provar que isto não é verdade. Com o passar do tempo, os grandes escritores e poetas morreram e os donos das bibliotecas virtuais perderam seus manuscritos autênticos quando iam distribuí-los no novo formato digital. A máquina onde todos os textos estavam queimou, e assim, perdemos nossa riqueza da antiga literatura e perdemos nossos poetas! Agora são estas máquinas que fazem os textos... São todos criados por escritores robôs, e programados pelo Homem.

Escrevo isto (e é com tristeza que o escrevo) mais por querer desabafar mesmo, e por ter o gostinho de pegar numa caneta sólida e num papel consistente, já que tive que escondê-los, pois também nos proibiram de usar qualquer outra coisa para a escrita que não fosse virtual ou digitada. Substituíram papeis por telas de computadores e nem canetas existem mais, que absurdo!

Não sei se alguém, hoje, se identificaria com o que escrevi, meio que já perdi a esperança. Escrevo meus textos escondidos em papeis antigos, mas com canetas de verdade, como os grandes pais da literatura faziam. Não digo que nunca haverá outros escritores bons como os de antes, mas se substituíram nossa inspiração por máquinas, e nossa poesia pela robótica, o que mais há para se esperar ?