O Monstro de Jefferson City
Eu já não sei mais o que uma menina de 15 anos faz hoje em dia. Imagino, no entanto, que vai para a escola, curte amigas, têm “namoradinhos”, faz fofocas, e obviamente fica bastante tempo na internet. Claro, há variações, depende da classe social, da família, de uma série de coisas. Eu não sei se as garotas dessa idade do estado de Missouri nos Estados Unidos são muito diferentes das outras. Acho que não, não há motivo. Exceção brutal, com certeza, é Alyssa Bustamante, que há três anos atrás, quando tinha apenas 15, matou sua vizinha de 9. Matar por si só é a pior coisa que uma garota pode fazer, com certeza. Alyssa, no entanto, não parou aí, matou com requintes de crueldade, para se usar um termo de jornal de subúrbio. Estrangulou, esfaqueou, furou a garganta da outra menina. Não pense que é só isso, embora só isso não seja só e já seja demais. Foi e escreveu em seu diário o motivo do crime: “queria saber como se sentiria matando alguém...” Mais ainda, disse que a experiência foi “muito agradável”. A confissão macabra continua: “Eu a estrangulei, cortei a gargante e a esfaqueei, então agora ela está morta”, escreveu Bustamante . “Eu não sei como estou me sentindo. Foi incrível. Logo que passa a sensação de ‘oh, meu Deus, eu não posso fazer isso’, é realmente prazeroso. Agora estou tipo nervosa e tremendo.” E então vem o inimaginável: “Tenho que ir para a igreja agora... (risos)”.
O que aconteceu aí? Sua família é daquelas horríveis, deu mau exemplo e acabou dando nisso? Ela é doente, tem inúmeros parafusos soltos? Essa seria a mais saudável das explicações, se alguma coisa de saudável pode haver numa história dessas. Será que é essa sociedade maluca que acaba criando esses monstros? Não sabemos. Eu sei que se visse essa história num filme, iria achar que era exagero, iria achar que o autor do script exagerou para chamar a atenção e que não é um bom roteirista...mas, infelizmente aconteceu. Foi condenada à prisão perpétua. As pessoas mais humanas nem sequer podem proclamar que é demais pois ela é apenas uma criança. Quem pode acreditar que “uma criança” dessas pode andar solta por aí, ou ficar só um pouco na prisão e depois sair? Menos ainda o pessoal de Jefferson City, a cidade onde ela morava. Não, ninguém quer arriscar. Se fosse possível nós sabermos em que labirinto mental, social ou mesmo físico, esses monstros são criados e articulados, poderíamos ir lá e, com nossas armas de guerra, destruí-lo. Mas não sabemos, é algum lugar obscuro ou uma parte recôndita da mente, não sabemos. Algumas pessoas religiosas certamente acreditam que é coisa do demo, de satanás...Não quero acreditar nisso, meu bom senso e minha inteligência não me permitem...Mas a ideia fica lá, martelando no meu cérebro...