Auto-retrato
22:03: O escritor está cansado. Bebe seu café; a ponta do cigarro continua queimando, enquanto sua caneta não pára:
Minha história não é história ainda. São circunstâncias sendo formadas. Fases. Mudanças.
Viver. Experiência. Aí poderei lhe contar minha história. Ou será tudo isso um medo de não conseguir expressar?
Tudo se transforma. Estamos em constante mutação. HomemXhomem tentando evoluir. Tentando buscar o que já encontrou mas não sabe, por ser cego, mesmo enxergando.
Escrever um livro no seu livro.
Delinear com minha pena tudo que me apreende, me consome. Parafrasear meus pensamentos.
Sou louco. Inconstante. Vulnerável.
Quero tudo e quero todos. Sou o que quero ser. Não tenho limites.
Hoje estou me sentindo menos disperso. Consigo produzir mais. Não perco meu tempo com futilidades (que são, no fundo, gostosas, mas me custam muito).
É verdade que ainda não sei de nada?
Quero falar de amor.
Quero mergulhar no seu amor. Sempre. Para sempre. Te olhar e chamar-te de linda, minha, maravilhosa. Fazer amor a noite toda e depois adormecer ao seu lado. Nem preciso mais acordar. Isso basta.
É respirar mesmo sem ter mais vida.
É verdade que ainda não sei de nada?