Mãe, natureza que desaparece
 

          Como se estivesse num processo dialético, dito pelos homens, vez ou outra, parte da natureza se reveza: os contrários se transformam numa nova realidade; genial teoria para explicar o movimento motriz da evolução das coisas, dos fatos que mudam de um estágio ou situação sempre para outra melhor ou pelo menos nesse bom sentido. Esta é uma filosofia alentadora diante de um mundo de malignos presságios, crimes tidos como costumes, que vem assustadoramente crescendo, provocando também mudança de desejos e exigências de remediadora providência. De repente, rondam vozes quase uníssonas: ou o homem muda esse estado de coisas ou a humanidade se autodestruirá.

          O caos contaminou o mundo dos valores, dos afetos, da gratidão: filho que assassina quem lhe gerou a vida para roubar-lhe dinheiro para droga; pai que mata a mãe dos seus filhos por ciúme; e, “mãe” que se dedica apenas às conquistas dos “novos tempos”: “independência financeira”, obediente ao princípio do “time is money”, numa total indiferença a tudo que não for dinheiro,  aos filhos,  ao companheiro, à família; e assim, sendo exemplos,  os pais  “educam” os filhos,  o que os novos tempos não justificam. As consequências são imediatas no mundo dos afetos, com reações destruidoras da vida das pessoas, da família. São crescentes as estatísticas em relação aos crimes de filhos contra o pai, até contra a mãe; dos pais, e até de algumas “mães”, contra os filhos.
         
          Dada a incapacidade dos homens, a reminiscência dos valores e dos bons propósitos poderá rogar à Providência usar a linguagem humana da dialética, para resolver esse pandemônio, provocando, entre os humanos, uma reavaliação da paternidade e da maternidade por Ela criadas. Imaginou-se fazer desaparecer a mãe, insubstituível “alma mater” desse mundo. Paulatinamente, como a vida, as mães não mais haveria; logo a lógica demonstrou que, consequentemente, também não haveria pais e, sobretudo, filhos; apenas coisas e memória de uma humanidade em extinção e logo finalmente extinta. Por que continuar a existir mãe, quando essa maior dádiva vive a sofrer num mundo de desvalorização da maternidade, da negação à filiação, da completa ingratidão ao amor e carinho maternos? Como aviso divino, a natureza vem desaparecendo. Se até a natureza da mãe desaparecer, talvez a Providência recrie a mãe para se recomeçar uma nova humanidade.