Nudez roubada, manchete
Cena I - Camera no âncora do telejornal, que não sabe ou não sente que está no ar ainda: "Que o computador nunca foi máquina confiável, ninguém duvida. É preciso ser bronco para crer piamente em "técnica de cientista" aberta ao público em geral. Depois, quando a televisão fala sobre o tema... nada mais faz do que dar cobertura a tecnologia irmã, essa que lhe corre nos olhos e nas veias. A televisão nunca será opositiva ao computador. (Diz rindo -sem saber que está em cena). Ambos são grandes arrecadadores sobre o povo inserido como utilidade prática. Nunca espere que a televisão diga o que o indivíduo pensa, mas sim o que ele deve pensar.
Vamos aos fatos. Você senta no sofá pelado e se cobre de “flashs” da sua máquina digital predileta. Você vai e conecta a câmera digital no micro e a imagem imoral (para quem vê imoralidade na coisa) vai direto para dentro do universo técnico. Você chega a pensar que antes de chegar ao micro o satélite já viu você nu em infravermelho, mas decide mudar de opinião. Você abandona o paranóico para provar que domina a técnica, coloca as imagens numa pastinha do computador. A pastinha devia perguntar: o que você faz pelado aí? Mas ela fica quieta, esperando ser tocada, aberta. Todos garantem que você pode ficar pelado na máquina que juram ser privada. O fato é que desde que você ligou a máquina nada mais é seu e ninguém o defenderá. O espírito libertário original não aceita legislação para as pontas dos dedos no teclado. Nenhuma legislação alcançará a distância assumida preliminarmente pelo avanço libertário da técnica. Sem sexo o computador jamais teria se tornado popular no mundo inteiro. Exceto com base inicial ao custo de milhões desembolsados aos exímios advogados. Povo não tem disso.
Bem, vem alguém que pode ser do serviço secreto de alguma parte do mundo e zás: vê você completamente disponível e sem vestes. Sente a maior atração. Atração tem maior graça compartilhada com os amigos (a). As possíveis extorsões não passam de mero jogo retórico, visto que deveria ser fácil para qualquer um apagar qualquer coisa referente à própria vida. Mas não. Então você passa de pelado a inocente. Você surge das trevas sensoriais como injustiçado. Você que é ator famoso de televisão receberá o maior apoio dos meios de comunicação. O Zé Ninguém jamais conseguirá apoio da televisão para tirar a sua cara da montagem. A nudez indevida ganhará mais espaço na imprensa do que os quinhentos municípios famintos e sedentos do sertão.
Saibam todos que no computador você não pode tentar criar um negócio virtual em si mesmo, ou seja, criar uma mini TV com os desenhos do seu filho. Será considerada fraude. Todo o processo leva o cidadão à impressão correta de que está subjugado por alguma força maior e mais inteligente que toma conta de tudo sobre sua cabeça. Espécie de Estado dentro de outro Estado. Assim se formam as leis virtuais inquestionáveis e protetoras dos interesses comerciais com o indivíduo no meio.
Ninguém pergunta: mas sem isso a máquina existiria? Sem liberdade existiria rede? Você compraria uma cama sem estrado? Um carro novo sem motor ou rodas? Quem indenizou o tempo perdido dos usuários agravado pela lentidão do funcionamento? Ninguém. Mas se detectarem o que bem entender no indivíduo ele poderá ser danificado pelas grandes organizações. O indivíduo está só. Sem proteção apesar do aparato que julga protegê-lo. Ele tem pouco dinheiro para jogar. Ele é como o resultado da proibição estúpida do jogo do bicho no Brasil. Ele representa o ícone de que vivemos uma realidade de proibições, e para tanto, temos a máquina de proibições produzidas pelas leis. Temos o estado fundamentalista das leis. Dos milhões de leis nessa fábrica miliardária política para construção de leis. Já o povo joga no bicho, fuma maconha, cheira cocaína imutavelmente. Sempre aquecendo o mercado caríssimo da repressão armada na mais angustiante ditadura dos costumes.
A moça nua devia saber que quem entra pelada na rede é peixe. Imoral é julgar o caso, massacrar culpados (pode ser o seu filho curioso), perder tempo com isso. Dizer que é montagem, pronto. Retirar da rede as fotos porque gente de televisão tem privilégio para tanto. Diga-se aos pelados que basta uma repreensão fraterna por andar despido por aí dentro do computador, alertar que nenhum computador do mundo é privado.
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Certo é que todos, todos podem ser culpados de tudo inquestionavelmente nessa rede monumental. O Estado de cima para baixo não quer nem saber, ele usa vagas como abismos: tudo é peixe na cachoeira funcional com aparato de exclusividade. O bom é ter um batalhão de advogados exímios.
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Humor: Há quatrocentos milhões de vírus disponíveis e um só inernauta necessita de alguns milhões de recursos para evitar isso. (Para monólogo. Stand-up)
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O importante da nudez reproduzida é que você deve ter controle sobre ela em mesmo número que alguém necessita de recurso para evitar isso.
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Chico Anysio do céu: È o standup-up sempre com cenário de telejornal como amparo temático.
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Virtual de V.