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Noite. Tarde da noite. A casa toda dorme e a sensação de apagar as luzes e terminar o dia me satisfaz. Porém, quando deito, falta-me o ar. A satisfação do dia completado traz o gosto da sua ausência.
Mas...Quem é você? Não sei. Não o conheço. Nunca o vi e ainda o espero. Sei que virá.
Sinto que está por perto, mas não sei porque não consigo alcançá-lo.
Sua ausência me incomoda e me completa. Mas... Quem é você? Não o conheço... Ainda.
Faço dessa sua ausência uma presença tão concreta. Você, que eu nem conheço, que nunca vi, mas que é tão real que me satisfaz.
Chega de mansinho quando a noite já vai alta, invade minha madrugada, enche meus pensamentos, cansa meu corpo... Me faz sorrir.
Espero. Ainda o espero. Nunca deixei de esperá-lo. Sei que virá... E fico lúcida, atenta, ligada, necessitada. Não foi desta vez, na próxima, talvez...
E meu corpo todo, inteiro, sente sua presença. Já vive em você. Eu sei que virá e essa espera vai acabar.
Será...?
Quem é você? Por que demora?
Durmo... Acordo... Durmo... Acordo! É manhã de novo. Não, não me iludo. Não sou triste nem estou triste.
Na verdade, a sensação do novo dia me faz sorrir. Afinal é mais um dia, um outro dia.
Quem sabe hoje não irei encontrá-lo?
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