Ser é estar

A poesia acontece agora. O texto é a sua tessitura compondo e criando os significados que pretendemos abordar. Podemos partir da palavra para criar um conjunto de reflexões e vice-versa. Toda vez que escrevemos nos lançamos numa aventura nova cujas as descobertas ou nexos não necessariamente suspeitávamos ou teríamos de fato o desejo de empreender.

Cada palavra enseja uma nova realidade. Se falamos de amor, certamente o falamos a em algum contexto e usamos para isso um determinado tipo de vocabulário, uma junção de palavras e construções em busca de um sentido.

A poesia desafia a língua e linguagem. Ela busca um novo emprego para as mesmas palavras do idioma. O jogo é constante e há algo também de provoação na grande poesia. Ela tenta dizer aquilo que não pode ser dito de uma forma que ainda não foi utilizada. É a busca pela inventividade no âmbito da literatura.

É lógico que nem sempre se exerce o ofício de poeta tendo em vista tão ambicioso projeto, mas quando isso acontece e a ousadia é posta à prova pode dar bons frutos e abrir novos caminhos.

Talvez o grande poeta procure a sugestão e não o dizer direto da comuniação cotidiana. Por isso é poesia é tão pouco lida e até mesmo vista com desconfiança no ambiente editorial.

Quase tudo pode ser poesia, mas poucos escritos realmente merecem ser classificados com tal. A poeisa é rara, sempre será. A linha que separa o fazer poético e o banal é quase imperceptível em alguns autores mais rebuscados.

A poesia é o ser e estar de tudo que é escrito e leva verdadeiramente seu nome.

Gato Véio Ferreira
Enviado por Gato Véio Ferreira em 08/05/2012
Reeditado em 08/05/2012
Código do texto: T3655663