Tenho um anjo e um demônio que me chamam de amigo.
Considero-me diferente dos seres que se dizem perfeitos. Meus defeitos são tantos, que me provocariam dores nas costas se os carregassem na mochila todos os dias, felizmente, estão espalhados no meu corpo disfarçando a pesada carga, porque assim fica bem mais fácil andar com eles por aí...
Dentre meus defeitos, está o de não educar os amigos que trago comigo, que se aninham dentro de mim. São dois seres extremamente diferentes, como se fossem um deus e um demônio que se toleram porque precisam dividir o mesmo espaço. Brigam, discutem e agridem-se mutuamente... Tento fazê-los entender que se eles não chegarem a um acordo, nunca poderão conviver pacíficamente comigo. Mas cada um do seu jeito e com sua própria loucura, provoca confusões difíceis de administrar.
Dentro de mim, habitam esses dois camaradas... Um deles tem cara de anjo e toca flauta, enquanto o outro tem cara de inconseqüente, sujeito malandro que adora fazer barulho, toca guitarra como se estivesse num show de Rock , só pra me sacanear. Nunca gostei de rock barulhento!
Definitivamente são loucos. Um diz uma coisa, outro diz outra, numa eterna discordância complicando meu débil e frágil raciocínio de ser humano. Estranham-se de verdade, provocam conflitos e são chatos... Mas tenho sérias razões para desconfiar que me enganam, que podem até serem amigos íntimos... Aqueles amigos que se dão porrada e depois se abraçam. Coisa de gente sem vergonha, entende?
Discutem sobre tudo que devo fazer e dizer. E se alguém me destrata por motivos banais, aquele me empurra nas mãos armas mortíferas para começar uma guerra, enquanto o outro diz não valer à pena a nutrição do sentimento chamado ódio, afasta-me, aponta-me os anjos que tocam para Deus, que de tão coerentes e tranquilos, lembram o pensamento "quando os anjos tocam para Deus, eles tocam Bach; entre si, tocam Mozart" ( Izaiah Berlin). Interessante, não?
Não sei o que fazer com esses dois, nem se poderia viver sem eles. Se dizem meus amigos....E os amigos não se separam. Sinto-me como um anjo idiota de uma asa só precisando de apoio no outro lado do corpo. Preciso de ambos e procuro não perturbar o trabalho nem de um, nem de outro. Confesso que nunca tentei separá-los. Também não sei se seria o certo...
Às vêzes, surpreendo-os bebendo juntos e rindo da minha cara. Falam baixinho, cochicham e riem, tenho a impressão que me chamam de babaca. Mas disfarço e finjo que não os conheço, até mesmo porque não costumo discutir com bêbados, mesmo que sejam anjos e que me chamem de amigo..
Não sei até quando ficaremos juntos.
Até um dia...Um dia qualquer!
Eloy
Dentre meus defeitos, está o de não educar os amigos que trago comigo, que se aninham dentro de mim. São dois seres extremamente diferentes, como se fossem um deus e um demônio que se toleram porque precisam dividir o mesmo espaço. Brigam, discutem e agridem-se mutuamente... Tento fazê-los entender que se eles não chegarem a um acordo, nunca poderão conviver pacíficamente comigo. Mas cada um do seu jeito e com sua própria loucura, provoca confusões difíceis de administrar.
Dentro de mim, habitam esses dois camaradas... Um deles tem cara de anjo e toca flauta, enquanto o outro tem cara de inconseqüente, sujeito malandro que adora fazer barulho, toca guitarra como se estivesse num show de Rock , só pra me sacanear. Nunca gostei de rock barulhento!
Definitivamente são loucos. Um diz uma coisa, outro diz outra, numa eterna discordância complicando meu débil e frágil raciocínio de ser humano. Estranham-se de verdade, provocam conflitos e são chatos... Mas tenho sérias razões para desconfiar que me enganam, que podem até serem amigos íntimos... Aqueles amigos que se dão porrada e depois se abraçam. Coisa de gente sem vergonha, entende?
Discutem sobre tudo que devo fazer e dizer. E se alguém me destrata por motivos banais, aquele me empurra nas mãos armas mortíferas para começar uma guerra, enquanto o outro diz não valer à pena a nutrição do sentimento chamado ódio, afasta-me, aponta-me os anjos que tocam para Deus, que de tão coerentes e tranquilos, lembram o pensamento "quando os anjos tocam para Deus, eles tocam Bach; entre si, tocam Mozart" ( Izaiah Berlin). Interessante, não?
Não sei o que fazer com esses dois, nem se poderia viver sem eles. Se dizem meus amigos....E os amigos não se separam. Sinto-me como um anjo idiota de uma asa só precisando de apoio no outro lado do corpo. Preciso de ambos e procuro não perturbar o trabalho nem de um, nem de outro. Confesso que nunca tentei separá-los. Também não sei se seria o certo...
Às vêzes, surpreendo-os bebendo juntos e rindo da minha cara. Falam baixinho, cochicham e riem, tenho a impressão que me chamam de babaca. Mas disfarço e finjo que não os conheço, até mesmo porque não costumo discutir com bêbados, mesmo que sejam anjos e que me chamem de amigo..
Não sei até quando ficaremos juntos.
Até um dia...Um dia qualquer!
Eloy