Baton rouge
Olhando para o título deste texto a primeira coisa que nos vêm á cabeça é o famoso batom vermelho tão bem usado pelas moças de lábios grossos. O rouge esteve na maior parte dos casos associado ao ambiente boêmio da Belle Époque, para quem não sabe, ou para os distraídos, estou falando do Moulin Rouge em Paris - cabaré em atividade até hoje. E cujo modelo foi copiado por várias casas de espetáculos desse mundo fora. Esta semana batendo papo com um americano na porta de um Hotel no Rio de Janeiro fiquei sabendo que a capital do Estado da Louisiane - pasmem-se – chama-se Baton Rouge. É sério!? Ainda retruquei com ele, mas logo me disse – “est vrai mon ami”.
Vejam a enorme coincidência, nós conversando sobre os belos lábios vermelhos das mulheres brasileiras, e não só... e do nada acabamos por desaguar no Rio Mississipi falando da terra do Wayne. Segundo ele foram os franceses, os “mesmos” que inventaram o Moulin Rouge, que deram o nome a essa cidade, primeiros colonizadores europeus desta região, e pelo que pude perceber o nome derivou de um poste vermelho que os habitantes indígenas da área ali teriam como marca da sua ocupação. A conversa seguiu ao som do Jazz e terminou no Katrina. Dali não passou, Wayne perdeu familiares durante o Furacão em New Orleans (maior cidade do estado da Louisiana). As lágrimas lhe correram pelo rosto, suas mãos ficaram tremulas e nisto ele disse – “forgive me my friend, but do not want to talk”. Nos despedimos do rouge, dele, da sua cidade, do seu estado, do seu Jazz, e prometemos que um dia nos encontraríamos em Baton Rouge.