RIOS CAPIBARIBE E BEBERIBE  - DOENTES TERMINAIS
De: Ysolda Cabral
 
 
 
 

Lendo há pouco uma poesia da talentosa recantista Hluna, ''Conquista'', um verso me fez ter vontade de chorar. Foi o verso onde ela diz: ''quero ser transparente como um rio''.
 
Pensei nos rios que cortam a bela cidade do Recife – O Rio Capibaribe e o Beberibe -  e fiquei triste, muito triste.
 
Comecei a lembrar do tempo de menina, na década de 70, quando papai nos trazia aqui para passar as férias, ou apenas para passar os finais de semana.
 
- Eu adorava!  E, o que eu mais gostava nessas ocasiões era de ir à praia e passear no centro da cidade, onde a beleza e a limpeza de suas ruas davam gosto de por elas passear.
 
As pontes cada uma mais linda que a outra, me fascinavam. A da Boa Vista, me deixava deslumbrada e sem vontade de querer ir embora. Gostava de olhar o lindo rio, lá embaixo, cheinho de água limpa e transparente, levando os peixinhos pro mar.
 
Hoje, são rios terminais. Suas águas doentes, de tão poluídas, perderam a leveza, a beleza e até o cheiro de água,  que é cheiro de limpeza, de convite ao banho e que tanto inspira os  poetas.
 
Os peixinhos são garrafas plásticas, latas de refrigerantes e de cerveja...  
 
As Vitórias Régias, ninguém nem mais sabe que planta é! Em seu lugar um amontoado de lixo que bóia sob a luz do dia.
 
Que tristeza é ver um rio morrer assim!  
 
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Na imagen Google ilustração:
A  Ponte da Boa Vista - à noite quando todos os ''gatos são pardos''

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Comentário digno de destaque :


Por coincidência, Ysolda, hoje fui gravar DEIXA O RIO CORRER, e falo na letra de um rio que também está morrendo: o rio Tietê: DEIXA O RIO CORRER/ Tenha o povo consciência/ De fazer o que é correto./ Não deve jogar o lixo/ Rio adentro, céu aberto!/ Separar para a coleta/ Reciclar é o que convém/ Limpar tudo direitinho/ Pois será para o seu bem./ Saber viver, saber viver/ Saber amar, saber amar/ Dos nossos rios, / Vamos cuidar./ Saber amar, saber viver,/ Os nossos rios tem que correr./ Rios tão lindos, brasileiros,/ Tal riqueza existe aqui/ Tanta água vai correndo/ Coisa linda, igual não vi!/ Muito peixe no rio limpo/ Que é a nossa refeição/ Água suja que nos mata/ Não mata só peixe não!/ Saber viver... etc.../ Nada impeça essa corrente,/ Deixa o rio calmo a correr./ Se jogarem lixo dentro/ O coitado irá morrer!/ Tenha o povo consciência/ Veja que judiação/ O Tietê que era tão limpo/ Agora é um grande lixão!/ Saber viver, saber viver... etc... Parabéns pela crônica, querida!