DIA DO SILÊNCIO
Hoje é dia do silêncio. O silêncio mais pesado é a indiferença pública diante dos crimes que são cometidos todos os dias pelos chamados gestores públicos. Desvio do dinheiro da merenda, do remédio, do esgoto, do salário. Só mesmo um povo historicamente agachado para suportar.
O rapaz da rádio comunitária de Itabaiana deu com a língua nos dentes, não respeitou a lei do silêncio. Por tabela, deu exemplo de dignidade. A moralidade ainda subsiste nesta terra. O governo da demagogia e da falsidade não passa disso: um arremedo de cooptação, diante da inércia cidadã. O público transigente sabe que é assim o jogo, nem fica surpreso.
O outro rapaz foi ao rádio dizer que agora é uma pessoa diferente, mais madura. Pede a confiança do eleitor para ser outra vez prefeito. Agora parece estar mais hábil, astuto. O mentiroso vestes-se de mil disfarces. Quem mente é obrigado a mentir mais, a mentir sempre. Promete honestidade e trabalho. A verdade é que nossa política provinciana está igual à fauna brasileira: não tem gigantes.
Um minuto de silêncio em louvor ao homem sem preço. Outro minuto para lembrar a tragédia que é a cupidez dos interesses particulares na política.
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