INFÂNCIA
Passei bom tempo correndo pelas ruas. Afinal era uma criança com um monte de expectativas sobre brincadeiras e amiguinhos. As minhas “artes” eram tantas, e tantas vezes foram ingênuas, porém inconsequentes. Havia o de risco calculado como “roubar” os cavalos dos feirantes, que ficavam amarrados nas cercas próximas à minha casa. O passeio pelas ruas sem pavimentação, num trote acelerado, misturado com a sensação do proibido. Era algo que nos dava prazer. Ia um amiguinho, meu irmão e eu nessa arriscada empreitada que no final nos faziam bater de frente com os donos dos animais a nos esperar com cara de poucos amigos, no fim da aventura. Nunca sabíamos a hora certa de voltar para não haver esse confronto. Mas no fim tudo valia a pena e nem cara feia nos faziam desistir da próxima vez.
Havia o momento “Amélia” infantil, onde uma amiguinha e eu arranjávamos carnes com senhores amigos, donos de açougues e brincávamos de comidinhas (de verdade). Era uma bagunça com a conivência das mães, até que a comida virava uma gororoba ruim e partíamos para outras brincadeiras.
Foram tantas brincadeiras que fizeram de minha infância uma etapa inesquecível. Desde os Piques de esconde-esconde, as Danças de roda, Cabra-cega, o Jogo de amarelinha, Queimadas e Vôley de rua.
Com isso vieram os braços quebrados, joelhos ralados e aquelas sujeirinhas nos cotovelos que eram os dissabores dos nossos pais.
Foram momentos que precisamos passar e hoje ainda guardamos na memória aqueles momentos que não voltam mais!