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Guardo comigo a tua alma, entre beijos / Mantenho você em segredos

Não ensaboa a vida com tanto medo / Jogue no fogo febril as lágrimas de desejos

Do que adianta, descansar, dos momentos / Permanece nos lamentos?

Não creio no fim deste passeio / Ou ter a consciência que não temos o tempo enleio!

Só por hoje. Peço-te! Anda devagar, devagarzinho, somente por este dia tão ensolarado. Deixe o tempo com o universo, ele ainda tomará seu devido lugar e seu jeito de girar na tua vida inocente! O corre e corre entre metros de grande porte, correria da vida, colocando de lado os pequenos, significantes e importantes objetos abstratos. Desgraçada confiança do ego, impedindo de vermos o momento que poderá ser o fim e os planejamentos que nunca acontecerão. Homem! Observe e mude tudo! Antes da partida, pois a morte buscará a gente. E ela vem, vem! É claríssimo isso! Algumas vezes, nem sempre, é lindo e assustador não fugir da sina. Não chutar a bunda dele. Aceitando. Mas, a vida tem que ser diferente daqueles que morreram? Acreditando em tudo e em todos da sociedade, ditos pelas outras pessoas? Melancolicamente, somos submetidos às cegas, sem revolta e sem um refúgio, capacidade zero de firmeza. Condenados. Amarrados. Perdidos. Torturados pelo silêncio gritando dentro de escritórios, lares e bares. Uma sociedade de um ciclo sem fim. Sacrificamo-nos e sacrificamos como todo. Empurramos todos os dias os nossos desejos e ideologias, apenas obedecemos, numa encenação rancorosa. O errado está na gente, insistindo dormir com o passado, sua alma para trás, refletindo demais sobre as perdas e derrotas da rota. Acreditando em certas fantasias, porém, ilusões frágeis como a do tic-tac das horas. Como tantas dores da incerteza. Uma existência, para tais cargos e os impostos de todos os santos dias do calendário. Como se só fossemos viver eternamente, ou não. Morrer aos 27 anos poderá ser? Interessante, são os místicos dessa idade. Principalmente, no cenário musical. Como Robert Johnson, em agosto de 1938; Brian Jones, em três de Julho de 1969; Jimi Hendrix, no dia 18 de setembro de 1970; Janis Joplin, outubro de 1970 também; Jim Morrison, três de Julho de 1971; Kurt Cobain, oito de abril de 1994 e Amy Winehouse, numa tarde, ao norte de Londres, em 23 de Julho de 2011. Assim acarretado de mortes por balas de adrenalinas e de polêmicas. Vida vivida ou perdida? 27 andares de noite e de dia, licores, prazeres e dores.

Lucas Expedito
Enviado por Lucas Expedito em 06/05/2012
Código do texto: T3653355
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