Golfada Mental I: Sobre o Amor

Uma coisa chata na vida é que só aprendemos depois de errar. Poxa, seria tão fácil se conselhos resolvessem, ou ainda se pudéssemos passar todas as informações via USB direto para o cérebro... Mas não, só aprende quem se fode. Falando em se foder, vamos dar a esse texto substância, venho aqui para escrever sobre amor. Ah, nada mais lindo e puro do que o amor, só que não. O amor só é lindo e puro para quem o conhece e experimenta, quem pode dividir um prato de espaguete torcendo para que o último estúpido filete faça sua boca se encontrar com a do amado, mas para quem está fora dessa bolha colorida, o amor fede. Sim, o amor é uma grande bola de bosta no meio do quintal, mas como somos preguiçosos, preferimos fingir que ele não existe para poder ficar assistindo comédias românticas acompanhado daquele pote de sorvete camarada.

Nesse grande tempo de vida, aprendi que a paixão gosta de fingir que é amor. Chega toda sorrateira, traz uma garrafa de vinho e te leva para a cama forrada por pétalas de rosas, mas no momento exato, BAM, dá um tiro no seu coração e te deixa lá, sangrando até os últimos mililitros. A paixão é do mal, feia e boba. Não gosto dela e não vejo porque gostar. Ainda estou tentando recuperar os meus pedaços esquartejados por essa megera, mas não tem porque eu ficar me alongando nisso, para alguém que queria um texto substancial isso aqui está meio que o contrário.

Enfim, vamos para o próximo tópico: as nossas tão firmes convicções sobre amor, relacionamentos e blábláblá. Vou criar uma historinha para ilustrar melhor:

Era uma vez João, que gostava de José. Eles ficaram juntos e, por mais que João estivesse na cama apetalada da paixão, José não queria nada sério. Terminaram. Enquanto um recuperava seus litros de sangue perdidos, o outro conheceu Armando, e começou a namorá-lo um mês depois.

Moral da história: nossas convicções seriam ótimas se nós fôssemos vegetais e não nos relacionássemos com humanos, mas a partir do momento que esse bicho entra na história, fode tudo. Pessoas se acham no direito de entrar na nossa casa, entrar na nossa vida e mexer com as nossas estruturas. E mexem, ah como mexem. “Não gosto de loiras” BAM casou com uma loira, “quero um namorado mais velho” BAM está se formando e o namorado ainda está no terceiro ano do ensino médio (acho que isso não é ilegal, é?) e, finalmente, “não quero um relacionamento sério” BAM conhece a maldita pessoa que te faz querer dançar Roupa Nova no repeat eternamente, começa a namorar, casa e tem cinco filhos. Como já me arrastei um pouco demais, quero tomar banho e fechar esse texto, termino dizendo para vocês: não importa suas convicções, se você for arrastado para a bolha brega do amor, você está ferrado. E, se a pessoa certa te acha o errado, foda-se. Largue as comédias românticas e vá viver sua vida, quem sabe um dia o cretino do cupido acerte de uma vez por todas.

DG
Enviado por DG em 05/05/2012
Reeditado em 05/05/2012
Código do texto: T3651902