A banalização do sexo, a idolatria da idiotice: efeito Big Brother

Pode ser, que para muitas pessoas, este tipo de programa traga alguma diversão.

Contudo, o caminho apelativo que vem sendo trilhado pelo Big Brother Brasil está a mexer com a consciência e a responsabilidade de todos nós, brasileiros e brasileiras.

Convido-os com este breve texto, a fazer uma reflexão, para quem sabe nos nos mobilizar a fazer ativismo por uma causa também justa, a de não banalizar as relações humanas, a de não vulgarizar o sexo – alimento da vida – e a mulher,

e, sobretudo, a de não achar que Globo rima com Bobo, e que nós sejamos um bando de idiotas assistindo o que eles querem nos impor e vender, mais grave, comportamentos, coisa delicada e preocupante, temos filhos, netos, amigos, etc.

ainda que já de algum tempo não assistamos este tipo de programa de futilidades, ou nem sequer liguemos neste canal, não devemos nos omitir por dever de ofício e cidadania, basta deste monopólio nas comunicações.

Vejam bem, já não bastavam 11 edições do BBB para a TV Globo e seus anunciantes seguirem apostando no vale-tudo em que se transformou este “programa” de extremo mau-gosto para seguir “arrebatando” os jovens e “inundando” os lares com o que tem de mais baixo nível a que se pode chegar em termos de relacionamentos humanos e do “topa tudo por dinheiro”

ou “por garantir os índices de audiência” ou, por parte das empresas patrocinadoras “ligarem” suas marcas a um produto de péssima qualidade que vulgariza, banaliza e escandaliza a cada “nova espiadinha” estimulada pelo outrora competente e ultimamente de uma grande vulgaridade, o jornalista Pedro Bial.

A TV é uma concessão pública, o direito duramente conquistado de liberdade de expressão nas suas mais diversas formas, inclusive artísticas e culturais, não está desassociado do dever de bem informar e de se responsabilizar com o que exibe, pois expõe a toda a sociedade a um “espetáculo circense” mais próprio dos tempos de Sodoma & Gomorra

[digo isto, sem nenhum sentido moralista ou falso-moralista aqui, fique bem claro]

do que de uma “trama” ou forma de arte contemporânea, ainda que de gosto discutível, mas que atrai as pessoas, além disso, para sairem da enrascada que se tornou exposta publicamente buscaram o caminho mais fácil, de “criar o monstro” de criminalizar o rapaz

[lembro que ele é negro e que isso seria certamente diferente se fosse um branco, sendo negro "cai" melhor a penalização imposta]

que fugiu as regras (é assim como denominam o que supostamente rolou, de um provável abuso sexual, ou mesmo estupro), de vitimizar a jovem e, tirar o corpo fora da emissora, tipo “não foi culpa ou falha nossa”,

é muita cara de pau, vejam que a versão da jovem mudou hoje, que “ela inclusive se recusou a fazer exame de corpo de delito” e que decerto foi orientada pelos advogados da empresa “admite que só houve carícias, nada demais”, então:

Porque o tarado "brother" foi expulso? Por que a "sister" permaneceu? São perguntas que a Globo não vai responder.

Espontaneamente brotou um movimento na internet denominado: "Quem financia porcaria é contra a cidadania"

E as pessoas estão enviando cartas para o ministério público federal e estadual, para a secretaria dos direitos das mulheres, para as empresas anunciantes deste “programa” e uma das respostas enviada pela FIAT (anunciante do programa) a uma das pessoas que enviou correspondência questionando por que eles patrocinam este “lixo”, foi evasiva.

Também devemos mandar para o OMO que “vai ter dificuldade de lavar tanta roupa suja do BBB”, para a Schincariol que “incentiva o consumo de álcool entre os jovens – principal publico do BBB” e outros.

É importante que cada um de nós se manifeste, encha as caixas de e-mail das ouvidorias destas empresas que patrocinam o BBB e também enviem para seus amigos recomendando o “boicote” aos produtos destes patrocinadores, bem como a Rede Globo de PorcaVisão (não dá prá chamar mais de Televisão).

Estas festas regadas aos mesmos ingredientes das festas RAVE e que outrora já tiveram a companhia do tabaco (edições anteriores do BBB), também devem ser evocadas nesta discussão,

afinal que modelo de comportamento este canal de TV aberta (não precisa pagar para dar espiadinha, há acessos diretos pela internet fora no horário após as novelas) está “enfiando” na cabeça de nossas crianças e jovens? Como os pais poderão controlar o acesso, se o espírito do programa é exatamente esse, o de expor os "brothers" 24 horas por dia, inclusive debaixo dos "edredons"?

Diz-se que “gosto não se discute”, há quem aprecie o BBB, deve ter suas razões, sejam elas quais forem, mas “mal gosto pode ser discutido, sim”, principalmente por nós, ativistas em defesa da vida.

Não devemos permitir que a Rede Globo que já editou debate entre candidatos para favorecer e eleger um presidente depois deposto (o Boni admitiu isto no GloboNews) venha ressuscitar a obra prima de G. Orwell – 1974 e dar uma de “Grande Irmão”, manipulando a sociedade, a classe política, o Estado, para “vender” seus valores e crenças, com esta história de “A Gente se vê por Aqui”. Não comigo e com você?

Em 2007 escrevi um texto a este respeito, disponível neste site luso-poemas:

Rostos têm muito a dizer (a respeito do Big Brother) http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=101839

Em 2012 um ícone da literatura de cordel na Bahia escreveu texto magnífico: BBB – um programa imbecil (Antônio Barreto):

http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=211571

Então, o que você pensa a respeito? O que sugere que façamos?

A tecnologia, o acesso a cultura, a arte e os costumes são essenciais para o desenvolvimento e progresso da humanidade, desde que eles não banalizem, nem vulgarizem a quem eles se destinam: as pessoas, as famílias, a sociedade.

AjAraújo, o poeta humanista, refletindo sobre o escândalo patrocinado pelo programa Big Brother Brasil, em 18 de janeiro de 2012.